PALAVRA DO DIA

WORD DAILY
Habacuque 3:2 Ouvi, SENHOR, a tua palavra, e temi; aviva, ó SENHOR, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos faze-a conhecida; na tua ira lembra-te da misericórdia.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Graça e Conhecimento


Graça e Conhecimento
Por Yago Martins, colaborador do Voltemos ao Evangelho (incluidos alguns escritos dos versículos citados)
Blog: www.voltemosaoevangelho.blogspot.com



“Crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo.”
(II Pedro 3.18)


A bíblia manda que cresçamos em graça e em conhecimento (II Pe 3.18). Isso é mais que óbvio, já que até Jesus crescia nestes dois aspectos da vida cristã (Lc 2.52-“E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens.”)E manifestou seu ministério com esses dois atributos bem visíveis (Jo 1.14 - “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.”). Sabendo disto, não quero falar sobre os benefícios de obedecer este mandamento, que são muitos. O que eu desejo falar neste artigo é sobre a medida de empenho que empregamos em cada um desses dois aspectos da vida cristã. Quero falar sobre a medida da Graça e a medida do Conhecimento que buscamos adquirir.

O que é muito prejudicial nos dias de hoje é que as pessoas não buscam crescer nestes dois atributos de uma maneira saudável e bem medida. O que mais acontece hoje é que as pessoas ou buscam exclusivamente a graça ou buscam exclusivamente o conhecimento. Poucos são os que buscam de um modo sóbrio desenvolver a graça e o conhecimento equivalentemente, sem focalizar excessivamente um ou o outro.

A Graça e o Conhecimento devem crescer sempre juntos. O desenvolvimento de um desses em detrimento do outro pode ser desastroso. Se, por algum motivo, um bom cristão passa a ignorar a graça de Deus (mesmo sem perceber) e começa a mergulhar em um estudo apenas intelectual das escrituras, por um tempo ele será edificado, mas com o passar dos dias, ele pensará que está crescendo em conhecimento, mas, na verdade, ele está apenas vivificando seu raciocínio carnal para interpretar a Palavra e Deus. Com isso, ele acabará se tornando um escravo da erudição. Na melhor das hipóteses, ele será servo de uma ortodoxia morta.

No outro lado, quando ele se entrega às manifestações da graça de Deus e ignora o estudo teológico das escrituras, por um tempo curto ele estará atuando de acordo com o poder de Deus, mas, rapidamente, perderá o guiar do Espírito Santo manifesto através da Palavra de Deus. Achando que está crescendo na Graça, estará crescendo na sua própria emoção e em manifestações anti-bíblicas.

Temos que analisar nossas vidas e ver se estamos realmente de acordo com a Palavra de Deus. Precisamos nos examinar para saber se estamos crescendo de um modo saudável na Graça e no Conhecimento do nosso Senhor Jesus. "Examine-se, pois, o homem a si mesmo." (I Co 11:28).

Em relação ao conhecimento, o tempo que passamos orando antes de estudar as Escrituras nos mostra se a nossa confiança está em Deus ou na carne. Se oramos pouco para que Deus nos ilumine, isso mostra que confiamos no nosso próprio raciocínio e erudição para interpretar as escrituras, e com certeza nos tornaremos escravos de nossa própria mente carnal. Quando oramos profundamente a Deus suplicando que Ele nos dê o conhecimento e a interpretação correta de cada verso, isso mostra que confiamos em Deus para nos dar o conhecimento correto da sã doutrina. Isso é que representa um estudo teológico saudável. Como dizia Lutero: “Orar bem é a melhor parte dos estudos.[1]”

Outro ponto que mostra se somos escravizados pela teologia vã é quando nos tornamos como os doutores da Lei, os quais Cristo combateu vorazmente. Estudando, mas não praticando. Pregando, mas não vivendo. Atando fardos, mas sem levantá-los (Lc 11.45-52). Iguais àqueles que gritam “Senhor! Senhor!”, mas que praticam a iniquidade (Mt 7.21-23). Achando que conhece a Deus, mas vivendo uma mentira (I Jo 2.4). Esse ponto é muito importante e devemos ressaltá-lo bem.

Após nos lembrar que o reino de Deus não consiste em palavras, mas em virtude (Mt 23:3; I Co 4:20), John Bunyan, em O Peregrino[2], nos expõe a vida de um falso mestre chamado Loquaz:

“[Ele] Fala da oração, do arrependimento, da fé, do novo nascimento, mas nada disso sente; não faz mais do que falar. [...] Não há ali [em sua casa] oração nem sinal algum de arrependimento do pecado. [...] [Ele] é a própria nódoa, opróbrio e vergonha da religião, para todos os que o conhecem (Romanos 2:23-24).”

Não é essa a vida de muitos que dizem seguir a Cristo? Não é assim que se comportam muitos dos que até são chamados pastores? Como somos enganados quando achamos que Por conhecer as doutrinas bíblicas nós seremos redimidos no dia do Julgamento de Cristo. Bunyan continua:

“[...] Assim como o corpo sem a alma não é mais do que um cadáver, a alma da religião é a parte prática. “A religião, pura e sem mácula aos olhos de Deus e nosso Pai, consiste nisto: em visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições, e em se conservar cada um a si isento da corrupção desse século.” (Tiago 1:27). Loquaz não o entende assim; julga que o ouvir e o falar é que fazem o bom cristão; e assim traz enganada a sua própria alma. O ouvir não é mais do que semear a palavra, e o falar não é bastante para demonstrar que há fruto, realmente, no coração e na vida. E devemos estar bem seguros de que, no dia do juízo, serão todos julgados segundo os frutos que houverem produzido (Mateus 25:31-46). Não se lhes perguntará: Creste? Mas sim: Praticaste? E nesta conformidade será o julgamento. Por isso é o fim do mundo comparado à sega da seara (Mateus 13:18-23), E tu sabes perfeitamente que o segador não considera senão os frutos.”

É exatamente isso que deve tomar conta da nossa vivencia Cristã. Não apenas conhecer a sã doutrina, mas vivê-la! Que possamos ser como um animal limpo, como foi apresentado por Deus a Moisés (Lv 11; Dt 14) e é representado ainda por Bunyan:

“[...] [O animal limpo] é naquele que tem as unhas fendidas e que remói; uma só destas qualidades não basta para a classificação. A lebre remói mas é imunda, porque não tem unhas fendidas. Assim acontece com o Loquaz: remói, busca conhecimentos, rumina a palavra, mas não tem as unhas fendidas; não se aparta do caminho dos pecadores; mas, à semelhança da lebre, tem patas de cão ou de urso, portanto, imundo.

Já em relação à Graça de Deus, a nossa preocupação em analisar biblicamente cada experiência que temos com Deus nos mostra se somos escravos da emoção ou não. Quando conferimos cada manifestação, revelação ou profecia à luz da palavra, isso mostra que buscamos estar pautados pela palavra de Deus. Já quando vivemos experiências ou recebemos uma palavra revelada de Deus e não as colocamos sob a luz da Escritura, isso mostra que experiências são mais importantes que a sã doutrina, tal coisa nos fará escravos de momentos.

Quando isso acontece, nos casos mais graves, algumas pessoas passam a colocar a palavra num nível inferior ao das profecias e revelações. No lugar de analisar as experiências diante da bíblia, tentam interpretar a Palavra de Deus sujeitando-a às revelações. Isso foi o que deu início a muitas das seitas que existem hoje. Toda profecia, não importa de quem venha, quando não está de acordo com a Santa Palavra de Deus, é anátema (Gl 1.8).

Um fator que nos mostra se estamos crescendo igualmente na graça e no conhecimento de Deus é observado na nossa disciplina em relação à pregação. Pessoas que buscam unicamente o conhecimento são aquelas que estudam a palavra buscando, prioritariamente, algo para ministrar. Quem assim age é como um homem usando um balde para retirar de um rio a água da vida e, com esse balde cheio, joga dessa água nas pessoas. Esse homem mal pode perceber que, fazendo isto, ele está seco dessa água. E algum casos, achando que está indo no rio da água da vida, o homem pode estar tirando lama de um rio imundo e jogando nas pessoas sem se dar conta, pois não provou antes da água que dava.

Já quem busca a graça muito além do conhecimento age no extremo oposto. Quando tal homem vai ministrar a Palavra de Deus, pouco há de preocupação em relação à exposição bíblica em detrimento de uma ênfase doentia nos dons. Tal homem é alguém que sequer chega próximo do rio que possui águas vivas e espera que Deus faça fluir rios do seu interior.

Quando crescemos na graça e no conhecimento, buscamos tanto estudar profundamente as escrituras quanto orar e confiar em Deus. É quando agimos de um modo onde a plenitude de Deus pode estar operante em nós que mostramos se estamos ou não extremando um desses atributos e esquecendo o outro. É quando usamos nossa mente para entender a Palavra e oramos para que Deus opere nos corações. Como expôs Jonathan Edwards[3]:

Os Hipócritas [...] são como Efraim na antiguidade, de quem Deus reclamou muito e disse: ‘Efraim é um bolo que não foi virado.’ (Os 7.8). Ou, como diríamos, meio cru.”
É exatamente isso que devemos evitar. Não podemos ser ‘queimados’ demais de um lado e ‘crus’ do outro
.

Devemos sempre buscar crescer mais e mais em cada uma dessas duas atuações cristãs. Não nego que sempre haverá irmãos com um ministério mais enfático em um ponto ou outro, mas isso não deve ser em níveis desproporcionais. Nunca alguém por ter um ministério que enfatiza a Graça e o Poder de Deus pode andar longe da Palavra. Nem alguém que é usado por Deus como Mestre nas escrituras pode viver sem ter uma real intimidade com a manifestação do Espírito Santo. Embora cada um expresse Cristo de uma forma que os outros não podem, contribuindo para o equilíbrio da expressão coletiva de Cristo, a expressão individual deve ser equilibrada também.

Cresçamos tanto na Graça quando no Conhecimento. Que nunca estejamos parados ou inertes, mas sempre buscando orar a Deus para que Ele possa multiplicar suas virtudes em nós. Como grita Vinicius M. Pimentel[4]:

"Tristes dias, o tempo em que os reformados precisam de renovo e os renovados precisam de reforma e eu, de ambos!”

Oro para que Deus possa tocar nos nossos corações para que cresçamos tanto na Graça quando no Conhecimento do nosso Senhor Jesus Cristo.

“Graça e paz vos sejam multiplicadas, pelo conhecimento de Deus, e de Jesus nosso Senhor” (II Pe 1.2)
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1 Citado por Orlando Boyer, no livro Heróis Da Fé, publicado no Brasil pela CPAD (Casa Publicadora das Assembléias de Deus).
2 O peregrino, Escrito por John Bunyan em 1678 (além de A Peregrina, em 1680), é uma obra que tem influenciado Cristãos do mundo todo. Você pode adquirir esse livro pelas editoras: Martin Claret, Mundo Cristão, Central Gospel.
3 Uma Fé mais Forte que as emoções, Escrito por Jonathan Edwards e Editado por James M. Houston. Publicado pela Editora Palavra.
4 Vinicius Musselman Pimentel, fundador do blog Voltemos ao Evangelho. Conheça mais em www.voltemosaoevangelho.com

quarta-feira, 29 de setembro de 2010


Soli Deo Gloria (a glória somente a Deus)
Texto por: Isaac Matheus

A Igreja tem perdido essa realidade de glorificar ao Senhor sobre todo as coisas

Porque Deus deve ser glorificado?
Simplesmente porque tudo Deus fez para Sua Glória e de Jesus Cristo. “ Os céus proclamam sua Glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras de suas mãos” (Sl 19:1); “Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele.” (Cl 1:16).
Todas as coisas o Senhor criou, do maior astro no universo até o menor forma microsscópia que existe tudo foi criado com a finalidade de dar testemunho e render-Lhe Glória. Contudo até os que não tem desejo de glorificar ao Senhor será usado para este fim; como vemos por exemplo, Faraó no Egito; “Serei glorificado em Faraó” (Ex 14:17) . Isso reflete a Glória de Deus pois reflete Sua justiça contra o pecado.

Onde entra o homem??
O homem foi criado com o mesmo propósito de glorificá-Lo; infelizmente com o passar do tempo foi aumentando no homem o desejo de tomar essa gloria para si, se desligando cada vez mais do motivo real de sua criação.

O Senhor se revelou a primeira vez ao homem no Éden, onde se manifestou pessoalmente sua gloria a Adão e Eva. Ao adentrar o pecado no homem ele se afundou cada vez mais no seu orgulho pecaminoso que passou a resisitir a ideia de glorificar ao Senhor e preferindo glorificar a si mesmo. E hoje em dia não é muito diferente, pois procuramos algo que nos beneficie, ao invés de algo realmente necessitamos para glorificar a Deus.
Precisamos avaliar se nossas vidas estão sendo levadas por essas correntezas de orgulhos que nos afastam da Glória do nosso Amado Senhor.

Como render Glória a Deus??
Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para Glória de Deus. (1 Co 10:31)
Coisas simples levam a ter uma vida de acordo om os propositos reais da criação
As escrituras fala de varias formas de Glorificar ao Senhor; como por exemplo:
• Reconhecer o senhorio de Cristo (Fp 2:9-11)
• Viver procurando glorificar ao Senhor em tudo; (sacrificar o eu e a Glória pessoal é o primeiro passo para termos a Glória de Deus como alvo de nossas vidas; John Mcarthur) (Jo 8:50)
• Confessar pecado; reconhecer que somos pecadores e não procurar nos justificar (como Adão em Gn 3:11-12) para não te-Lo como mentiroso (1 Jo 1:10)
• Pelos frutos; o Senhor é glorificado quando outros veem Deus se manisfestado plenamente em nós (Fp 1:11).
• Pela oração; Orando segundo a vontade do senhor (Jo14:13)
• Proclamação da Palavra; O Senhor quer se comunicar com os homens através de Sua Palavra(2 Ts 3:1)
• Pureza sexual; Fuja da impureza (1 Co 6:18)
• Unidade; Glorificamos a Deus pela unidade entre irmãos (Rm15:5-6)

As instituições religiosas atuais entraram em um declinio com relação a esse assunto, estão preferindo glorificar o homem e em realizar seus desejos, do que doutrina-los a uma direção correta no qual o Soberano senhor é exaltado, talvez isso custe muito para eles, primeiro ter que reconhecer suas falhas e depois mostrar as falhas contidas em seus congregados.
Isaias (Is 6:5) depois que teve seus olhos abertos e contemplou uam parte da gloria do Senhor, reconheceu suas miserias e em seguida reconheceu o quão miseraveis eram as pessoas em sua volta, isso talvez pareça uma responsabilidade muito grande , mas uma responsabilidade necessária para que o nós sejamos humilhados para nós mesmos (1 Pe 5:6) e o Senhor Todo Poderoso receba a gloria a qual é devida.

CHARLES HADDON SPURGEON

COMENTÁRIO(TAKESHI): LONGE DE ENGRADECER O HOMEM, POIS O INTUITO NÃO É GLORIFICAR A CRIAÇÃO E SIM O CRIADOR, POIS CREIO QUE ERA O ESPIRITO DE CRISTO OPERANDO NA VIDA DESTES GRANDES HOMENS, PORÉM AI VAI UM BREVE TEXTO SOBRE A VIDA DE SPURGEON, GRANDE PREGADOR DA INGLATERRA, QUE NÃO CESSOU DE ENSINAR AS SÃS DOUTRINAS.

FONTE: Voltemos às Escrituras

Há sempre aquelas pessoas as quais admiramos por sua vida e, sobretudo, por sua profunda intimidade com Deus. E uma delas, para mim, é Charles Spurgeon. Já li e continuo lendo suas literaturas, suas obras e biografias e como tem sido abençoador e inspirador em meu ministério. Spurgeon era o mais velho de dezessete filhos, sendo que nove morreram ainda na infância.

Devido a dificuldades financeiras, com a idade de dezoito meses, ele foi enviado para viver com seu avô, que, como o pai de Charles, era um pregador calvinista obstinado. Ainda muito jovem, ele começou a ler os livros teológicos de seu pai e avô e a ouvir com atenção conversas teológicas. Em uma ocasião, o pastor Richard Knill profetizou sobre Charles: “Essa criança vai um dia pregar o evangelho, e ele vai pregar a grandes multidões”. Com dez anos de idade, Charles já estava lendo os puritanos com grande prazer e entusiasmo.

Spurgeon começou a pregar logo depois de sua conversão a Jesus Cristo na idade de dezesseis anos. Ele logo se tornou o mais conhecido pregador da Bíblia no mundo em sua época, e talvez o melhor pregador da história da Igreja fora das Escrituras, junto com João Crisóstomo (347-407). Spurgeon pregou até dez vezes por semana, e foi ouvido por vinte milhões de pessoas a partir de seu púlpito, ao longo de sua vida.

Quatro anos depois de sua conversão, na idade de vinte anos, ele foi nomeado o pastor da famosa London's New Park Street Chapel, que antes era liderada pelo famoso teólogo Batista reformado John Gill. Sua igreja se tornou a maior do mundo no momento de sua morte, a Metropolitan Tabernacle.

Spurgeon foi um estudante ao longo da sua vida. Ele tinha uma grande biblioteca construída em sua casa para que ele pudesse estudar continuamente, e ainda estar perto de sua esposa Susannah muito adoecida. Ele tinha uma grande mesa redonda, com uma dobradiça que lhe permitia sentar no meio dela com os seus livros queridos ao seu redor.

Spurgeon estava também comprometido com a justiça social, indo tão longe a ponto de pregar contra a escravidão, que o tornou muito impopular nos Estados Unidos, onde seus sermões impressos foram proibidos e queimados. Spurgeon era também um homem muito piedoso, que abrindo e dirigindo um orfanato para crianças carentes. Muitos chamaram o orfanato do maior sermão que ele um dia pregou.

Entretanto, ao longo de seu ministério, Spurgeon viveu sob o ataque constante, tanto por sua teologia conservadora quanto por seu ministério bem sucedido levando Spurgeon a ser expulso de sua própria denominação batista por não desistir de ensinar coisas como tormento eterno num inferno literal, a veracidade da Bíblia e a perfeição e inspiração divina das Escrituras. Em seus dias, Spurgeon foi atacado por legalistas hiper-calvinistas e liberais universalistas; o primeiro porque ele livremente pregou o evangelho a todas as pessoas, e o segundo porque Spurgeon não acreditou que todos seriam salvos.

Spurgeon, numa caricatura de 1855
Seus sermões, a partir de 1855, começaram a ser impressos e vendidos a preços baixos para que assim as pessoas pudessem toda semana ter seus alimento espiritual: Esses sermões completaram 63 volumes, divididos em duas grandes seções, e completam 3563 sermões impressos sem interrupção até 1917 ( 25 anos depois de sua morte; pois muito sermões foram arquivados durante a vida de Spurgeon pára futura publicação). É considerado o maior volume de escritos por um cristão individualmente. É maior que a Enciclopédia Britânica

O lucro obtido desses sermões serviu para ampliar a publicação dos mesmo, bem como a manutenção de orfanatos e asilos. Tanto que o prédio do orfanato de meninas levou o nome de "Sermão". O sermão que mais teve sua tiragem impressa durante a vida de Spurgeon foi o que discorria sobre a polêmica da Regeneração Batismal praticada na Igreja da Inglaterra; chegou a 300.000 exemplares impressos em uma única semana.

Spurgeon também escreveu livros e tratados sobre a salvação teologia, e a vida cristã. Ele sempre priorizou que esses livros fossem vendidos a baixo custo, para que mais pudessem ter em mãos material de qualidade: talvez seu livreto mais famoso tenha sido o "All for Grace" (Tudo pela Graça), mas com certeza sua maior obra literária foi "Treasury of David" ( O tesouro de Davi) uma volumosa obra que consistia em uma grande compilação de comentários e explicações de vários autores cristão( e do próprio Spurgeon) sobre o Livro de Salmos, levou cerca de 20 anos para concluir.

Spurgeon tambem fundou um colégio de pastores, para qualificar aqueles que eram vocacionados ao mistério pastortal e evangelistico. Por ele, a esposa de Spurgeon tambem levantou fundos e distribuiu muitos livros de homilética escritos para serem ajudas aos pregadores. Nesse Colégio estudou João Manoel Gonçalves dos Santos, brasileiro, que foi mandando para lá para ser educado a pedido de Robert Kalley, amigo de Spurgeon, fundador da igreja Ciongregacioanl do Brasil ( em 1855). Depois da morte de Spurgeon, o colégio foi rebatizado de Spurgeon College, em homenagem a seu fundador

Charles H. Spurgeon foi desprezado pelos hiper-calvinistas de seu tempo por causa da sua paixão por pessoas que estavam perdidas sem Cristo como também por sua oferta contínua em prol do evangelho da graça para as massas, o que levou ao batismo 14.692 convertidos durante o seu ministério. Chegou a ter sua conversão contestada em pleno jornal! Apesar da oposição, Spurgeon nunca se esquivou de chamar a todos os homens ao arrependimento. Ele usou meios não convencionais, tais como a reunião em um teatro público (e não uma igreja) e a pregação em massa (não em um púlpito elevado), num esforço de ser mais culturalmente relevante em seu estilo de ministério. Curiosamente, porém, ele proibiu o uso de coros, órgãos e outros instrumentos musicais nos serviços de sua igreja.

No entanto, após a sua morte, sessenta mil pessoas passaram diante do seu caixão aberto durante um único dia, com uma multidão semelhante no dia seguinte. Quatro memoriais foram realizados em um dia para os membros da igreja, ministros e estudantes, membros de outras denominações, e ao público em geral, respectivamente. A estrada para o cemitério estava cheia de centenas de pessoas cujas vidas foram tocadas pelo poder do evangelho da graça através desse servo de Cristo.

Charles Haddon Spurgeon, uma vida que fez a diferença! E que em nossos dias possamos nos posicionar como este homem diante dos desafios de nossa época para a glória de Deus.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O cerne do evangelho de Jesus Cristo




Por Pedrinho Medeiros

O centro do Evangelho tem sido confundido pelos cristãos, e por isso muitas questões e debates são levantados. Um dos debates mais presentes é entre arminianos e calvinistas, onde se debate se há livre-arbítrio ou eleição divina. Esta questão não é central no Evangelho, apesar de ser relevante – sou a favor de debates a este respeito, a menos que se exaltem, daí não vale a pena debater.

Os longos debates a respeito disto se dá, muitas vezes, por não determinar corretamente o centro do Evangelho. Por exemplo, uma das questões levantadas é: “se Deus é amor, porque não escolheu salvar a todos?”. Isso por supor equivocadamente que o amor de Deus é o centro do Evangelho.

Se podemos determinar um centro para o Evangelho, onde todas as outras verdades essências partem dele, é este: A humilhação do homem é manifesta pela sua incapacidade de se salvar, enquanto a glória de Deus é manifesta pela sua graça em salvá-lo.

Vamos analisar alguns versículos que mostra isso:
Jr 31:32-33: A vergonha do homem é manifesta por ele ter quebrado a primeira aliança da lei. A glória de Deus é manifesta porque Ele estabelece uma nova aliança em que só depende dEle mesmo, visto que o verbo está na primeira pessoa do singular.

Ez 36:18-23: A vergonha do homem é manifesta por ter se rebelado contra Deus e por ter sido disperso nas nações como conseqüência da iniqüidade. Deus manifesta a Sua Glória restaurando o povo na nova aliança: Veja que Deus não fez por amor ao povo, mas por amor a Sua Glória!

Rm 3:23-24: A vergonha do homem é manifesta por ter pecado e estar separado de Deus. A glória de Deus é manifesta por Ele ter justificado o homem gratuitamente mediante a obra de Jesus na Cruz.

Rm 9:11: A vergonha do homem é manifesta por que é salvo sem mérito algum. A glória de Deus é manifesta porque a salvação do homem é pelos méritos daquele que chama, ou seja, o próprio Deus.

Ef 2:1-10: A vergonha do homem é manifesta por estar ele morto espiritualmente, perdido nos pecados, no mundo, e servindo as trevas. A glória de Deus é manifesta por ter Deus salvado ele, mediante a graça e a fé, que não vem do homem, mas é dado pelo próprio Deus. Assim o homem não tem motivo para se gloriar diante de Deus.

Ef 1:6,12,14: O motivo de Deus ter dado graça ao homem é a Sua Glória!

Gl 6:14: Não existe motivo para o homem se gloriar em Si mesmo, se não na Cruz de Jesus.

1Co 1:21: A vergonha do homem é manifesta pela sua incapacidade de conhecer a Deus. A glória de Deus é manifesta pela sua iniciativa de se revelar ao homem.

1Co 1:29,31: O homem não se gloria diante de Deus, o único que deve receber glória é o Senhor.

Rm 3:27: O orgulho humano é excluído no evangelho, pois Deus é quem é glorificado.

O Evangelho se volta para a incapacidade e humilhação do homem, e para Deus sendo glorificado por tê-lo salvado gratuitamente. Essa deve ser uma crença geral de todos os cristãos, seja os defensores do livre-arbítrio, seja os defensores da eleição.

A partir deste centro se torna muito mais fácil entender a eleição, além de se tornar um pouco incoerente crer no livre-arbítrio. Como crer que só Deus deve ser glorificado pela salvação, se foi minha escolha que determinou? Porém, se existe alguém que consiga crer desta maneira, no essencial do Evangelho, você crê, que é o fato de você estar humilhado diante de um Deus extremamente glorioso. Agora, caso você se glorie, mesmo que um pouquinho, diante de Deus e de outros, por pensar “eu aceitei Jesus e outros não”, você está com um problema sério, por não se encaixar no cerne do Evangelho.

Portanto, a questão principal não é a eleição e o livre arbítrio. Mas a questão é que o homem é humilhado e Deus é glorificado. A partir desta questão surge todas as outras verdades essências do Evangelho. O grande problema de se crer no livre arbítrio, está em não humilhar o homem, na situação que ele realmente esta, e não glorificar plenamente Deus.

A Vontade de Deus




Devocional: A Vontade de Deus
Por Roberto Takeshi Suehiro

Mateus 6:10 Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu

Jesus ali no sermão da montanha que compõe o capitulo 5; 6 e 7 trazem principios fundamentais para a vida do Cristão. E refletindo nesta manhã de 27 de setembro de 2010, realmente percebi o quão é necessário que peçamos que a vontade do Senhor seja feita em nossa vida.
E neste versículo de Mateus 6:10, Jesus não orou daquela maneira, mais ensinou a todos os ouvintes de como deviam orar. E focando neste versículo, percebemos a declaração que Jesus ensina, Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. Jesus ensina que as pessoas devem orar pedindo para que a exclusivamente a Soberania de Deus entre em cena.
Porque isso? Vejamos Tiago 4:3

Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites.

Percebamos algo em nossas orações, por mais que oremos as vezes sem pretensões de pedir algo para Deus, mais se olharmos lá no fundo, sempre lá na oração tem algo relacionado a sua vida, que fique bem claro buscar uma resposta de Deus é uma coisa, porém quando nossas orações se tornam focadas em nossos desejos, saímos do principio da oração de Jesus, que é exclusivamente, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu.

Devemos continuamente clamar para que a vontade de Deus seja feita em nossas vida, sempre entendendo um principio que diz no livro de provérbios

A sorte se lança no regaço, mas do SENHOR procede toda a determinação.Provérbios 16:33

E continua no livro de Tiago 4:13-15
Eia agora vós, que dizeis: Hoje, ou amanhã, iremos a tal cidade, e lá passaremos um ano, e contrataremos, e ganharemos;
Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, e depois se desvanece.
Em lugar do que devíeis dizer: Se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos isto ou aquilo.

Irmãos todos os cristãos, devem entender, que a base de suas orações, nunca deve ser baseado em suas vontades, mais na vontade de Deus que é boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.

E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.Romanos 12:2

Entendendo que quando pedimos em oração para que seja feita exclusivamente a sua vontade, estamos exclusivamente exaltando a Soberania de Deus. Portanto que nossas orações sejam dia a pós dia para que a seja feita a vontade dele em nossas vidas, e jamais para satisfazer os nossos desejos.

domingo, 26 de setembro de 2010


Muito boa essa devocional do Piper!postando ai para que possam meditar!(sem alterações)
Creditos:www.voltemosaoevangelho.blogspot.com

Graça Futura

por John Piper

A gratidão é uma emoção saudável para a adoração, mas é um motivo perigoso para a obediência. Somos ordenados em termos explícitos a sermos agradecidos: “Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso coração... e sede agradecidos” (Cl 3.15). “Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco” (1 Ts 5.18). Como podemos não ser agradecidos quando devemos tudo a Deus?

Mas, no que concerne à obediência, a gratidão é um motivo perigoso. Tende a se expressar em termos de dívida — ou no que às vezes chamo de ética de devedor. Por exemplo: “Veja o quanto Deus tem feito por você. Motivado por gratidão, você não deveria fazer muito por Ele?” Ou: “Devemos a Deus tudo o que temos e somos. O que temos feito por Ele, em retribuição?”

Encontro, pelo menos, três problemas nesse tipo de motivação. Primeiro, é impossível pagarmos a Deus por toda a graça que Ele nos tem dado. Não podemos nem mesmo começar a pagar-Lhe, visto que Romanos 11.35-36 afirma: “Quem primeiro deu a ele para que lhe venha a ser restituído? [Resposta: ninguém.] Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente”. Não podemos restituir a Deus porque Ele já possui tudo o que temos para lhe dar.

Segundo, ainda que fôssemos bem-sucedidos em compensar a Deus por todas as suas graças para conosco, seríamos bem-sucedidos apenas em tornar a graça uma transação comercial. Se pudéssemos pagar-Lhe, a graça não seria graça. “Ao que trabalha, o salário não é considerado como favor, e sim como dívida” (Rm 4.4). Se tentássemos negociar com Deus, anularíamos a graça. Se os amigos tentam mostrar-lhe um favor especial, de amor, convidando-o para jantar, e, ao fim da noite você diz que os recompensará, recebendo-os na próxima semana, você anula a graça de seus amigos e a transforma em comércio. Deus não gosta de ter sua graça anulada. Ele gosta de tê-la glorificada (Ef 1.6, 12, 14).

Terceiro, focalizar a gratidão como um elemento que capacita a obediência tende a menosprezar a importância crucial da graça futura. A gratidão olha para trás, contempla a graça recebida e sente-se grata. A fé olha adiante, vê a graça prometida para o futuro e sente esperança. “A fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem” (Hb 11.1).

A fé na graça futura é o poder para a obediência que preserva a agradável qualidade da obediência humana. A obediência não consiste em recompensar a Deus e, assim, tornar a graça em comércio. A obediência resulta da confiança de que Deus nos dará mais graça — graça futura — e esta confiança magnifica os infinitos recursos do amor e do poder de Deus. “Trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo” (1 Co 15.10). A graça que capacitou Paulo a trabalhar muito, em uma vida de obediência, consistia na chegada diária de novos suprimentos de graça. É nisto que a fé confia — a contínua chegada de graça. A fé contempla promessas como: “O Senhor, teu Deus, é contigo por onde quer que andares” (Js 1.9) e, nessa confiança, a fé se aventura, em obediência, a tomar a promessa.

O papel bíblico da graça passada — especialmente a cruz — é garantir a certeza de graça futura: “Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou [graça passada], porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas [graça futura]?” (Rm 8.32) Confiar na graça futura é a força que capacita a obediência. Quanto mais confiamos na graça futura, tanto mais damos a Deus a oportunidade de mostrar, em nossa vida, a glória de sua inesgotável graça. Portanto, aproprie-se da promessa de graça futura e, com base nessa promessa, pratique um ato de obediência radical. Deus será poderosamente honrado.




Extraído do livro: Uma Vida Voltada para Deus, de John Piper.

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