PALAVRA DO DIA

WORD DAILY
Habacuque 3:2 Ouvi, SENHOR, a tua palavra, e temi; aviva, ó SENHOR, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos faze-a conhecida; na tua ira lembra-te da misericórdia.

sábado, 30 de outubro de 2010

Nossa Pobreza Pessoal por Charles H. Spurgeon

Somos incapazes de realizar o mais humilde ato da vida cristã, se não recebemos de Deus o vigor do Espírito Santo. Com certeza, meus irmãos, é nestas coisas pequenas que geralmente percebemos, acima de tudo, a nossa [pobreza]. Pedro foi capaz de andar sobre a água, mas não pôde suportar a acusação de uma criada. Jó suportou a perda de todas as coisas, porém as palavras censuradoras de seus amigos (embora fossem apenas palavras) fizeram-no falar mais amargamente do que todas as outras aflições juntas. Jonas disse que tinha razão em ficar irado, até à morte, a respeito de uma planta. [Como amar o inimigo se não conseguimos nem o amigo? Como ser servo dos outros se nascemos para ser reis?] Nas coisas pequenas, bem como nas coisas grandes, o justo tem de viver pela fé! Crente, você não é suficiente para nada! Sem a graça de Deus, não pode fazer coisa alguma. Nossa força é fraqueza, fraqueza até para as coisas pequenas; fraqueza para as situações fáceis, bem como para as complexas; fraqueza nas gotas de tristeza, como também nos oceanos de aflição. Aprenda bem o que nosso Senhor disse aos seus discípulos: “Sem mim nada podeis fazer” (João 15.5)

Charles Spurgeon

Fonte: Título original “O Valor das Coisas Pequenas”; Editora Fiel

Creditos à http://discernimentocristao.wordpress.com

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

CULTO DOMÉSTICO



(Porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus?); 1 Timóteo 3:5

Sabemos que este texto o Apostolo Paulo, está trazendo as qualificações pelo qual um homem de Deus chamado ao bispado deve se apresentar.
Porém queria não falar sobre este assunto, mas sim compartilhar algo sobre culto domiciliar.

Vemos nos dias de hoje uma perca total do sentido de família, a grande maioria dos seres humanos se tornaram individualistas e egocêntricos. E isso não somente no âmbito profissional, mais passou este principio inclusive para dentro de casa.
Hoje vemos muitas famílias destruídas, pelo estilo de vida imposto pelo sistema chamado mundo! É perceptível isso, conversemos com qualquer homem ou mulher acima de 50 anos, e logo iremos perceber o quanto era importante o sentido de família, e em sua maioria, apesar das desavenças cuja toda família tem, existia um sentido de união!

Jesus era enfático no sentido do povo seguirem os mandamentos, sendo um deles honra teu pai e tua mãe, Jesus denunciava ali aqueles que não cumpriam.

Mateus 15:4-5
Porque Deus ordenou, dizendo: Honra a teu pai e a tua mãe; e: Quem maldisser ao pai ou à mãe, certamente morrerá.
Mas vós dizeis: Qualquer que disser ao pai ou à mãe: É oferta ao Senhor o que poderias aproveitar de mim; esse não precisa honrar nem a seu pai nem a sua mãe,

E é perceptível que ali Jesus denunciava, que naquele contexto os homens haviam introduzido doutrina de homens, pois o mandamento era honra teu pai e tua mãe.

E hoje o respeito dos filhos aos pai já não existem, e nós Cristãos que somos filhos muita vezes nos pegamos em atitudes, que não são de honrar nossos pais e mães, concordo que de certa forma viver com pais não Cristãos é uma prova a cada dia, mais devemos estar buscando honrá-los!

Convém também que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em afronta, e no laço do diabo. (1 Timóteo 3:7)

E do ponto de vista bíblico Jesus já havia dito algo

Lucas 12:51-53

Cuidais vós que vim trazer paz à terra? Não, vos digo, mas antes dissensão;
Porque daqui em diante estarão cinco divididos numa casa: três contra dois, e dois contra três.
O pai estará dividido contra o filho, e o filho contra o pai; a mãe contra a filha, e a filha contra a mãe; a sogra contra sua nora, e a nora contra sua sogra.

Jesus afirma que na verdade ele não havia vindo para que nós tivéssemos uma vida totalmente em paz, em nossas casas, com nossos familiares, onde haveria um ambiente contente, tipo propaganda de TV, não, Jamais Jesus disse isso, é engraçado que justamente ocorre isto nos dias de hoje, por causa da palavra, há uma divisão, muitos cristãos passam por dificuldades justamente por familiares descordarem da palavra e da maneira em que o Cristão vive, ou seja totalmente fora do padrão mundano!

Mas, respondendo ele, disse-lhes: Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a executam.Lucas 8:21

E no sentido espiritual, Jesus não estava desrespeitando sua mãe, quando disse quem é minha mãe e meu irmãos? Jesus dizia na questão espiritual, Jesus enquanto homem, tinha seus pais e seus irmãos, que muita vezes não concordavam com Jesus! Porém Jesus sabia que a família real dele não era a carnal e sim a espiritual, que são todos os escolhidos, predestinados por ele!

Então o que nós enquanto Cristãos aqui na terra devemos fazer diante desta perca do valor familiar? Devemos forçar a união entre todos da família?
Certo que não, mais o interessante é buscar atrair os que estão dentro de casa, que as vezes não concordando com a palavra por um todo, comece a ouvir a palavra pelo qual nós Cristãos temos sidos instruídos.

Porque lendo o texto abaixo do Rev. Augusto Nicodemos sobre os puritanos identifiquei coisas que são de extrema importância. E uma delas era que os puritanos priorizavam totalmente em trazer o conselho de Deus primeiramente a Igreja de Cristo, e de certa forma, os pais chegavam em suas casas e em bate papos familiar, eles compartilhavam sobre a palavra ministrada, ou seja, ele instruíam seus filhos pela palavra.

Mas, se alguma viúva tiver filhos, ou netos, aprendam primeiro a exercer piedade para com a sua própria família, e a recompensar seus pais; porque isto é bom e agradável diante de Deus. 1 Timoteo 5:4

Outro questão irmãos que devemos nos atentar, o mundo hoje em que vivemos e o Diabo que está por trás dele, tem instigado o lado feminista da mulher! Vemos muitas vezes, os homens sendo submissos as suas mulheres, enquanto ela não se submetem, isso é antibiblico, o Apostolo Paulo é enfático, sobre as mulheres não ensinarem, e hoje vemos um grande de aumento de pastoras, bispas e até apostolas, quanta mentira, nunca foram chamadas, pois são totalmente contrarias aos ensinamentos de Paulo(ou seja do próprio Espírito de Deus), e este é um assunto difícil, por em sua grande maioria, se a mulher não for espiritual não entenderá nada do que foi escrito!

1 coríntios 15:8-9
Porque o homem não provém da mulher, mas a mulher do homem.
Porque também o homem não foi criado por causa da mulher, mas a mulher por causa do homem.

1 coríntios 15:16
Mas, se alguém quiser ser contencioso, nós não temos tal costume, nem as igrejas de Deus.

E por outro lado, muitos homens ocupados com seus ministérios, se esquecem de ensinar aos seus filhos também, se esquecem de passar a doutrina pura do Senhor, preferem primeiramente se entregar por um todo ao ministério, deixando de lado a educação dos seus filhos, se tornando ausente, mais como vimos
(Porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus?); 1 Timóteo 3:5

E essa é uma realidade, por isso filhos, honremos nossos pais, logicamente até o momento em que eles não te obrigarem a viver uma vida no qual é contraria a palavra do Senhor, Pais amem, cuidem dos seus filhos, ensine a eles o bom caminho do Senhor que é a palavra dele, não se utilizando da palavra para obter algo do filho, mais ensinando realmente a ele princípios bíblicos, mulheres sejam submissos aos seus maridos, se ele é incrédulo, siga o que o Apostolo Paulo diz

Porque o marido descrente é santificado pela mulher; e a mulher descrente é santificada pelo marido; de outra sorte os vossos filhos seriam imundos; mas agora são santos.1 Coríntios 7:14

Se o marido é cristão, que ele seja o cabeça da casa, seja uma boa esposa, uma boa mãe, Maridos cuidem bem de suas esposas, não as tratem como se não tivesse importância, ela é uma com você, portanto estejam em uma busca de sempre estarem em consenso.

E finalmente gostaria de falar sobre princípios no qual é importante para estarmos aplicando aos nossos cultos domésticos.

É interessante, buscar primeiramente a direção do Senhor, e logicamente se for da vontade do Senhor, buscar realmente quem é acessível a receber a palavra do Senhor, e começarmos a se reunir, hoje mesmo retomei tais cultos com minha mãe, espero que o Senhor permita que continuemos a esses cultos que será realizado pelas manhãs.
Sabe estar orando buscando de fato a vontade do Senhor não a nossa, e trazendo a palavra do Senhor, creio que oração e palavra são coisas que deveríamos sempre priorizar em nossas reuniões, colocando sempre Cristo no centro, louvando hinos, ou seja, a simples busca pelo Senhor com reverencia, dentro da sua própria casa é algo nobre, e creio que em muito tem seu efeito, portanto estejamos buscando comunhão mesmo nas nossas casas, com aqueles que são no mínimo abertos para oração e palavra.

E se assim o Senhor permitir que os outros, se houverem, estejam buscando também. Lembrando que realizar cultos familiares, não tem nada haver com a Igreja de Cristo, pela qual o Senhor tem nos direcionado a viver juntamente com ela, o Senhor não nos ensina, de que propriamente a igreja dele é somente nossa família, porque Cristo mesmo afirmou que dentro das casas haveria dois contra três ou três contra um.
Mateus 12:52

Porque daqui em diante estarão cinco divididos numa casa: três contra dois, e dois contra três.

Portanto sigamos o que o Apostolo Paulo diz:

Romanos 12:2
E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Aperfeiçoado por meio do Sofrimento - C. H. Spurgeon



Embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu - Hebreus 5.8

O Capitão de nossa salvação foi aperfeiçoado por meio do sofrimento. Portanto, nós que somos pecadores e imperfeitos não podemos nos admirar, se também formos chamados a enfrentar sofrimentos. O Cabeça será coroado com espinhos, e os outros membros do corpo serão embalados no agradável colo da tranqüilidade? Cristo tem de passar pelo oceano de seu próprio sangue, a fim de ganhar a coroa, e nós caminharemos em direção ao céu calçados com sandálias de prata? Não, a experiência de nosso Senhor nos ensina que o sofrimento é necessário e o verdadeiramente nascido de novo, filho de Deus, não deve e não escaparia dele, caso pudesse. Entretanto, existe um pensamento reconfortante no fato de que Cristo foi "aperfeiçoado" pelas coisas que sofreu: Ele pode demonstrar completa simpatia para conosco. Cristo não é um sumo sacerdote que não se comove pelos sentimentos de nossa fraqueza (ver Hebreus 4.15). Nesta simpatia de Cristo, encontramos um poder sustentador. Um dos primeiros mártires disse: "Eu posso suportar tudo, pois Jesus sofreu, e agora, Ele sofre em mim. Ele simpatiza comigo, e isto me faz forte".

Crente, aproprie-se deste pensamento em todos os momentos de aflição. Permita que esta verdade a respeito de Jesus o fortaleça, à medida que você segue os passos dEle. Encontre um estímulo revigorante na simpatia de Jesus. Lembre-se de que o sofrimento é uma honra. Sofrer por causa de Cristo é uma glória. Os apóstolos se regozijaram por haverem sido considerados dignos de sofrerem por causa de Jesus. O Senhor nos dará graça para sofrermos por e com Cristo. As jóias de um crente são as suas aflições. As insígnias dos reis que Deus ungiu são os problemas, as tristezas e as aflições deles. Portanto, não evitemos o ser honrados e exaltados. A dor nos exalta e os problemas nos elevam. "Se perseveramos, também com ele reinaremos" (2 Timóteo 2.12).

Creditos á http://www.charleshaddonspurgeon.com/

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Retendo o que é bom (Devocional)



Julgai todas as coisas, retende o que é bom;1 Tessalonicenses 5:21

Ontem estava em uma palestra, muito boa por sinal, palestrante engraçadíssimo além de sair totalmente do perfil homologado dos médicos veterinário, realmente foi muito boa a palestra, e abriu minha visão para os mercados pouco exploráveis. Porem este não é o ponto!

Nós Cristãos temos nossas atividades humanas (profissão, graduação, o próprio laser entre outras coisas), temos contato diariamente com pessoas do meio secular. E nesse meio é perceptível que sempre estão em busca de êxito financeiro, profissional, não que isso seja algo que não devemos buscar. Mas devemos estar atentos ao que ouvimos e retemos.

Porque exemplificando em relação ao palestrante, notei coisas interessantes, enquanto permaneci na palestra, por exemplo ele dizendo que devemos buscar mercados que atendam principalmente as necessidades dos nossos clientes, de encarar desafios profissionais, sabe aqueles que ninguém quer encarar! Em síntese foram coisas muito importantes para minha futura profissão de médico veterinário, porem no que tange a princípios devemos tomar cuidado, pois em certo momento ele disse, que devíamos amar o dinheiro. Mas vamos analisar do ponto de vista bíblico.

Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.1 Timóteo 6:10.

Entendam algo, por exemplo no que tange a nossa profissão, conselho que te alavanquem, sua visão em relação a sua profissão é algo muito bom, porém no que tange a nossa vida Espiritual e pessoal, devemos ter muito cuidado com que ouvimos, como conselho pessoal. Pois não devemos buscar vida nesta terra, devemos trabalhar, logico, porem viver para trabalhar, se afundando nisto não é bíblico!
Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes.1 Timóteo 6:8

Não é questão de ser conformado com uma situação de vida nivelada por baixo, mais é que recebemos uma satisfação total de Cristo, não mais buscando vida em coisas passageiras, pois Salomão, obteve grande sabedoria, riqueza, entre outras coisas! Mas verificou vários pontos que levam uma satisfação momentânea, porém não para sempre!

Eclesiastes 1: 2-5
Vaidade de vaidades, diz o pregador, vaidade de vaidades! Tudo é vaidade.
Que proveito tem o homem, de todo o seu trabalho, que faz debaixo do sol?
Uma geração vai, e outra geração vem; mas a terra para sempre permanece.
Nasce o sol, e o sol se põe, e apressa-se e volta ao seu lugar de onde nasceu.

Eclesiastes 12:13
De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem.

Salomão entendeu que viver para as coisas desta terra não vale a pena! Pois no final da nossa vida, se vivermos exclusivamente para uma satisfação financeira e profissional por exemplo, vamos perceber que tudo foi em vão, só lhe garantiu talvez uma vida tranquila na velhice!

Por isso estejamos atentos naquilo que temos retido, devemos sim buscar experiência de pessoas mais vividas e qualificadas que nós, porém trazer a luz da palavra, para que não abracemos conselhos humanos, e deixemos o conselho de Deus, que é a palavra de Deus!

E sempre buscando ter um equilíbrio no meio secular, ouvir e reter o que é bom, e sempre buscar e pedir ao Senhor para crescer na graça e conhecimento do Senhor Jesus, pois assim jamais seremos enganados.

Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á.Mateus 16:25

Por Roberto Takeshi Suehiro

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Puritanismo por Rev. Augustus Nicodemus Lopes



Este estudo se baseia, em grande parte, em palestras de Dr. Douglas Kelley sobre o mesmo tema

I - A HISTÓRIA DO MOVIMENTO PURITANO E SUAS ÊNFASES PRINCIPAIS

À medida que percebemos que o mundo ocidental está se esfacelando diante dos nossos olhos, constatamos que vivemos uma crise moral terrível. Acreditamos que a solução seria um avivamento produzido pelo Espírito Santo. Em última análise, dependemos unicamente de Deus vir ao nosso encontro. Sabemos que isso aconteceu no século XVII, na época dos Puritanos. Portanto, embora estejamos aqui tratando de coisas que aconteceram entre três e quatro séculos atrás, cremos que a situação em que os Puritanos se encontravam se assemelha em muito à dos nossos dias. Acreditamos que o Senhor Jesus é o mesmo ontem, hoje e o será eternamente; que a graça de Deus é suficiente para cada geração; e que obviamente Deus não perdeu nada do Seu poder, ou do Seu amor e da Sua misericórdia. Temos toda a razão do mundo para invocá-Lo e pedir que faça o mesmo que já fez no passado.

Enquanto estudamos os Puritanos e pensamos no que aconteceu na Inglaterra e na Escócia, temos a plena confiança de que isso vai nos encorajar e nos conscientizar de que Deus pode trabalhar da mesma forma maravilhosa ainda nos dias de hoje; no Brasil, na Escócia ou na Inglaterra, em qualquer lugar onde o nome de Jesus for invocado.

O que nos dá a chave para compreender o Movimento Puritano é a concepção de Avivamento. Portanto, citamos um profundo conhecedor de História da Igreja que ensinou na Universidade de Princeton, Professor Latoretti. No final da segunda guerra mundial, ele escreveu um pequeno livro, mas de grande valor, sobre a História da Igreja, cujo nome é “A Luz Inextinguível”. Em menos de cem páginas ele conseguiu resumir de forma clara o movimento e a obra de Deus na história. Ve jam o que ele disse:

A influência de Jesus tem crescido com o passar dos anos e nunca foi tão poderosa como nos últimos 125 anos. A influência de Cristo pode se comparar ao avanço das marés. A maré se projeta e cresce através da vinda sucessiva de ondas. À medida que uma nova onda chega, ela eleva o nível da água um pouco mais acima. Semelhantemente, à medida que aquela onda recua, há uma recessão. A próxima onda coloca o nível da água em um nível acima da onda anterior. Portanto, desta forma, cada um dos períodos de recuo, quando as ondas retornam, é menos notado do que na vez anterior.

Em outras palavras, o que o Prof. Latoretti está dizendo é o seguinte: O Cristianismo se move e progride em termos de avivamento, como estas ondas, seguidas de períodos de recessão, de retraimento. Avivamento, recessão, avivamento. Mas cada novo avivamento nos leva além da posição anterior, nos dá mais luz do que o anterior; ao mesmo tempo em que esses períodos de recessão e esfriamento que se seguem, nunca são tão profundos como nos períodos de retração anteriores.

Tem havido vários avivamentos e períodos de retração na história da Igreja, mas o nosso assunto começa aqui com a grande Reforma Protestante no século XVI. Poderíamos dizer muita coisa a respeito da Reforma da perspectiva política, social e militar. Todas elas são importantes, mas ninguém poderá compreender o que foi realmente a Reforma até que se conscientize de que ela nada mais foi do que um “derramar do Espírito Santo” sobre o povo da Europa. A Igreja Católica medieval, no último período da Idade Média, estava profundamente corrompida. O Evangelho havia sido obscurecido pela filosofia tomista e também por uma série de acréscimos humanos na vida da Igreja.&n bsp; Havia muita depressão e confusão, além de imoralidade em toda a Europa. O povo havia se tornado céptico, incrédulo; e esta é uma das razões em que a Renascença encontrou apoio.

Foi um período muito difícil, exatamente como o nosso hoje. Nessa época, um simples monge desconhecido redescobriu a verdade de que somos justificados pela graça e que não somos salvos por nossas obras mescladas com os sacramentos da Igreja, mas que o sangue de Jesus, o Filho de Deus, nos purifica de todo pecado; e que o crente no Senhor Jesus pode chegar a conhecê-Lo sem a mediação da Igreja. Lutero redescobriu que o cristianismo é na realidade uma experiência direta da alma com o Senhor Jesus agora, e que na ressurreição futura, o corpo terá esta experiência. Nós temos a impressão de que com a Reforma a alma da Europa foi libertada. Houve uma explosão de louvor, de hinos sendo escritos e grande alegria, como uma experiência direta da alma com o Senhor Jesus. Houve também uma purificação da vida moral e a família foi fortalecida; houve avanços na medicina e em outras áreas do conhecimento científico.

O mundo nunca mais foi o mesmo após este grande avivamento que bem conhecemos como a Reforma. Mas, na realidade, não foi um movimento perfeito; e especialmente na Inglaterra havia uma preocupação por parte dos crentes de que a Reforma não houvesse se estendido o suficiente. Os Reis da Inglaterra tinham controle sobre a Igreja e podiam tolerar que houvesse uma reforma dentro dela, mas não queriam permitir a reforma de coisas vindas do Catolicismo, e que já estavam estabelecidas. O receio deles era que se a Igreja se reformasse totalmente, na Inglaterra e na Escócia, eles perderiam o poder.

É neste cenário que os Puritanos aparecem. Depois da Reforma, na Inglaterra e na Escócia seguiu-se um período de recessão e esfriamento. Para usar uma figura do Prof. Latoretti, durante a Reforma veio aquela grande onda espiritual que depois foi seguida por uma baixa no fervor do povo. Havia um grande grupo na Inglaterra e na Escócia que tinha um desejo profundo de ver uma reforma completa na vida da Igreja. Essa vontade era controlada por aquilo que conhecemos como o princípio regulador do movimento Puritano. A idé ia é esta: Tudo no culto deve ser regulado e controlado pela Palavra de Deus escrita. Para esse grupo, aqueles acréscimos humanos ao culto, que não podiam ser demonstrados nem apoiados pela Escritura, deviam ser tirados. Esse grupo não queria que se permitisse o acréscimo cada vez maior de tradições humanas no culto, pois isso quebraria o segundo mandamento, obscureceria a clareza do Evangelho e impediria que o poder de Deus viesse sobre a Igreja. Por causa desse desejo, esses crentes fervorosos na Igreja, na Inglaterra e na Escócia, vieram a ser chamados e conhecidos como Os Puritanos . A palavra vem do inglês e significa purificar .

1º - Em primeiro lugar, eles queriam purificar a Igreja de Deus, especialmente o culto, através da Palavra de Deus escrita. Mas não pararam aí, estavam interessados em purificar também, em segundo lugar, o governo da Igreja e depois a vida da família, o comércio, e os negócios. Daí passavam para o governo civil; queriam purificar a forma do governo dirigir a nação. Eles queriam reformar as escolas e as universidades à luz da Palavra de Deus. Por isso começaram a orar e a pregar para que toda a terra, em todos os as pectos do país, fosse reformada pela Palavra. Geralmente é aceito pelos historiadores que o Movimento Puritano começou no fim de 1550 e se estendeu até o século seguinte, no ano de 1600. Mas há quem diga (Prof. Sidney da Universidade de Yale) que o período puritano se estendeu nos E.E.U.U. além dessa data, até à eleição de John Kennedy, em 1960.

A bênção maior de Deus em tudo isso foi a seguinte: À medida que os Puritanos tinham esse desejo profundo de Reformar, em todos os aspectos, a Inglaterra e a Escócia, havia uma quantidade enorme de jejuns e orações para que o Espírito de Deus viesse sobre aquela terra. Os Puritanos, juntamente com Calvino, mantinham juntos estes dois conceitos: A palavra de Deus e o Espírito Santo. Então, à medida que eles pregavam a Palavra de Deus, também oravam para que o Espírito viesse satisfazer a fome dos que a ouviam. Eles sabiam que a Palavra sem o Espírito seria morta, sem vida; e que o Espírito sem a Palavra poderia tornar-se em confusão e desordem; mas sabiam também que a Palavra de Deus juntamente com o Espírito traz a vitória, a vida e a reforma. Assim, ao mesmo tempo que oravam por despertamento, também estavam fazendo o que podiam através da pregação, da literatura e da mudança do governo. À medida que eles estavam engajados nessas atividades, percebia-se que estava chegando sobre toda a terra uma fome da Palavra de Deus.

O governo Inglês começou a perseguir os Puritanos porque temia que eles acabariam por dar à Igreja um poder político muito grande. Mesmo que os Puritanos estivessem sendo perseguidos, a sua influência entretanto estava se espalhando pelo país. Não há dúvida alguma de que era o Espírito Santo que estava predispondo os corações e dando a todos a fome de ouvir a pregação Puritana. Milhares e milhares de pessoas, tanto da Escócia como da Inglaterra, se congregavam para ouvir a pregação dos Puritanos. Depois de trinta anos de pregação, desde o início do movimento, a mensagem dos Puritanos começou a produzir mudanças. Os primeiros pregadores Puritanos, durante os primeiros trinta anos do movimento, não viram resultado da sua pregação. Eles pregavam o máximo que podiam, oravam muito, trabalhavam e escreviam livros maravilhosos e conseguiram até mesmo colocar excelentes professores nas universidades de Cambridge e Oxford. Mas durante vinte ou trinta anos receberam muito pouco apoio ou resposta. De repente, no final do século XVI e início do século XVII, ocorreu uma tremenda resposta do povo à pregação e propostas dos Puritanos.

Tudo isso nos ensina que não devemos perder a paciência e ficar desencorajados se não temos resultados à primeira vista. Deus pode estar nos usando para preparar uma tremenda bênção que a geração seguinte irá desfrutar. E mesmo que não vivamos o suficiente para ver essa bênção, nos alegraremos juntos no grande dia da colheita, no último dia. O que importa é que o Senhor Jesus vai receber a glória e será coroado com mil coroas naquele grande dia. O calend ário de Deus não funciona segundo os nossos desejos.

Não queremos entrar em detalhes no conflito político entre os Puritanos e o governo. Apenas mencionaremos que o Rei Carlos I odiava os Puritanos. Ele era secretamente um católico romano, mesmo sendo considerado o cabeça da Igreja da Inglaterra. Ele elegeu então o Arcebispo de Cantuária, Arcebispo Laud, que era uma pessoa tremendamente preconceituosa contra os Puritanos. Com a autoridade dada pelo estado e pelo Rei, Laud começou a perseguir os Puritanos onde quer que pudesse. Foi por esta época que os pais peregrinos cruzaram o oceano e vieram da Europa para a América do Norte. Dessa forma os primeiros pe regrinos colonizadores da América do Norte foram aqueles Puritanos perseguidos na Inglaterra.

Durante muitos anos o Rei Carlos I governou de forma irregular, sem nenhuma reunião do Parlamento. Subitamente, ele se viu diante da possibilidade de uma guerra com a Escócia. Isso fez com que convocasse o Parlamento para conseguir os recursos necessários para sair à guerra. Ele convocou o que se chamou de Breve Parlamento. Com surpresa e horror constatou que aquele Parlamento, na grande maioria, era composto de homens favoráveis aos Puritanos. Imediatamente dissolveu o Parlamento, antes que tomassem qualquer decisão e começassem a reformar o país. Mas o problema continuava: não havia dinhei ro no tesouro real. Enquanto isso, em Edimburgo, o Rei começara uma “guerra litúrgica” contra a Escócia, que já tinha purificado o culto de todos os acréscimos humanos. Os escoceses estavam furiosos com a possibilidade de que qualquer tipo de catolicismo fosse introduzido outra vez no culto, pois a Igreja da Escócia era muito mais reformada do que a Igreja da Inglaterra. Então, o Rei resolveu mandar as suas tropas e obrigar a Igreja da Escócia a seguir o Livro Comum de Oração que era usado na Igreja da Inglaterra. Naquele tempo, o Rei era monarca da Inglaterra e da Escócia. Os escoceses tinham chegado à conclusão de que o livro de orações tinha muita coisa remanescente do catolicismo em termos humanos, por isso o haviam abandonado. O Rei então enviou uma alta autoridade eclesiástica para a Catedral principal da Escócia e durante o culto ele começou a ler o livro de orações. Mas o povo da Escócia estava muito bem preparado para ag ir. Naqueles dias não havia bancos confortáveis nas catedrais como temos hoje. Todos traziam banquinhos que eram usados na ordenha das vacas. Uma fonte diz que, no decorrer do culto, uma moça simplesmente pegou o banquinho de três pernas e o jogou na cara do bispo. De repente a catedral se encheu de banquinhos de três pernas voando de um lado para outro, e aqueles que eram da Igreja da Inglaterra começaram a correr para salvar a pele.

A Escócia se organizou em um grande exército para atacar a Inglaterra. Finalmente, o Rei Carlos I conscientizou-se de que devia convocar o Parlamento, mesmo que fosse Puritano. Este se tornou o que se chama o Grande Parlamento, que se reuniu por 12 anos sem qualquer interrupção, (1640-1652), até que foi finalmente dissolvido por Cromwell. Embora houvesse muitos partidos dentro deste Parlamento, a grande maioria era a favor dos Puritanos. Eles eram também contra o catolicismo e contra o poder absoluto do monarca; não eram contra a monarquia em si, mas contra a monarquia tirânica. Este Parlamento estava de cidido a reformar a vida da Igreja através de leis e reformar a própria lei. Foi este Parlamento que convocou a Grande Assembléia de Westminster, que começou a reunir-se há 350 anos, em 16 de setembro de 1643. (Em1993, comemorou-se a data na Inglaterra com um grande encontro na Capela de Westminster). A Assembléia de Westminster foi uma grande assembléia, composta de pastores e teólogos de todas as partes das Ilhas Britânicas, e que escreveram nossos símbolos, debaixo da autoridade da Igreja, ou seja: a Confissão de Fé de Westminster, o Catecismo Maior e o Breve Catecismo , além de um livro de regulamento para o culto e uma edição de livros de salmos metrificados para serem cantados no culto. A lei determinava que esta seria a Confissão de Fé em toda a Ingla terra. Os presbiterianos sabem que a Confissão de Fé de Westminster é uma expressão da crença dos Puritanos; e que foi inspirada pela teologia de João Calvino, de Agostinho, do apóstolo Paulo, e, na verdade, inspirada pelas Escrituras na sua inteireza. Ela dá grande ênfase na soberania de Deus e no controle absoluto que Ele tem de todas as coisas para a Sua glória, e na necessidade de uma vida santa e de obediência a Ele.

Não muito tempo depois, o Parlamento teve de organizar um exército para marchar contra o próprio Rei. O Rei, na verdade, queria dissolver o Parlamento, mas não conseguia fazê-lo. Ele havia feito um acordo secreto com os católicos franceses para enviar um exército católico francês à Irlanda e assim derrotar as forças do Parlamento. Porém os Puritanos foram capazes de organizar um exército mais poderoso do que o do Rei. Eles foram abençoados porque estava comandando o seu exército o General Oliver Cromwell. Não precisamos entrar em detalhes, mas o exército do Parlamento foi totalmente vitorioso sobre o exército do Rei. Finalmente, depois de três dias de julgamento, eles vieram a cortar a cabeça do Rei. Os Puritanos estavam divididos sobre esta questão. Os Escoceses e Presbiterianos eram contra matar o Rei, mas os Independentes, e os Congregacionais da Inglaterra, eram a favor da decapitação. Assim, com a morte do Rei, a Inglaterra foi dirigida, durante muitos anos, pelo Parlamento. Posteriormente Oliver Cromwell assumiu o poder como Protetor (foi uma época áurea para os Puritanos e para o desenvolvimento da Inglaterra). Finalmente, com sua morte em 1660, a monarquia voltou ao poder, com o retorno de Carlos II da França, o filho de Carlos I.

Aqui, politicamente, o poder puritano acabou na Inglaterra; mas, religiosa e socialmente, sua influência continuou por muitos anos. Na verdade a Inglaterra nunca mais foi a mesma após o Puritanismo.

Devemos mencionar de forma breve três ênfases teológicas dos Puritanos. Acreditamos que estes três princípios ou ênfases teológicas fizeram os Puritanos vitoriosos e triunfantes em seu propósito de mudar o mundo. As três ênfases são estas:

1º - Predestinação 2º - Esperança 3º - Vocação (chamado)

Existem muitos outros fatores, mas acredito que o coração do movimento Puritano pode ser resumido com estas três coisas: PREDESTINAÇÃO - Quanto a isso, citaremos um grande historiador contemporâneo de Oxford, Prof. Christopher Hill. Ele aparentemente não é crente, e muitos o tem acusado de ser marxista, mas o que sabemos é que ele tem grande apreciação pelas reformas introduzidas pelos Puritanos. Ele enfatiza a força na crença da predestinação dentro da causa Puritana. Citaremos o seu livro sobre o puritano Oliver Cromwell, chamado o Inglês de Deus (Já traduzido para o português com o título - O ELE ITO DE DEUS). Ele disse: “Os homens tem geralmente comentado sobre o aparente paradoxo de um sistema teológico que crê na predestinação e que, ao mesmo tempo, produz nas pessoas uma ênfase tão grande em esforço e energia moral”. Em outras palavras, muitos dizem que se você crê na Predestinação, na soberania de Deus, você não vai fazer mais nada. A História prova exatamente o contrário. Na realidade aquelas pessoas que crêem firmemente na soberania de Deus são as mais ativas e corajosas. Voltemos à citação do Prof. Hill: -

Acredito que o motivo pelo qual os Puritanos foram tão ativos é por causa da consciência da eleição de Deus. Os seus corações haviam sido transformados na direção do Deus vivo. Um homem sabia que estava salvo porque sentia, em algum momento da sua vida, uma satisfação interior, um lampejo que lhe dizia que ele estava em comunhão direta com Deus. Não estamos aqui lidando com uma êxtase místico de um monge, mas com a consciência de pessoas comuns como donas de casa, artesãos ou comerciantes.

O que dava a estas pessoas tanta força? Era a sensação de que tinham o Espírito de Deus. Era então, a sensação de terem sido fortalecidas por este Espírito. Era este conjunto de coisas que fazia com que o homem do povo sentisse que qualquer que fosse sua atividade, ela possuía valor diante de Deus. Esta convicção de ter sido eleito e de ter comunhão com Deus através de Cristo deu-lhes autoconfiança numa época em que havia tanta incerteza econômica e adversidade política.

Aqueles que criam como os Puritanos, tinham uma “fé interior que os fazia sentirem-se livres, quaisquer que fossem suas dificuldades externas”. O Prof. Hill cita o Prof. Haller dizendo o seguinte: “As pessoas que têm certeza de que herdarão o céu, possuem meios de, no presente, assumir a posse da terra”. Completa o Prof. Hill dizendo que “foi essa coragem e confiança que capacitavam os Puritanos a lutar por meio de armas espirituais, econômicas ou militares, para criar um mundo novo, digno daquele Deus que os havia abençoado de forma tão marcante”.

O Dr. Perry Miller da Universidade de Harvard, que é o grande historiador dos Puritanos nos E.E.U.U., certa vez disse:

É impossível você imaginar um Puritano sem esperança; eles criam na soberania de Deus, e isso os fazia agir em face a qualquer dificuldade. Eles sabiam perfeitamente que, se Deus é por nós, nada ou ninguém pode ser contra nós.

Até que tenhamos esta confiança é duvidoso que a Igreja de Deus seja o que deve ser na época presente. Nós sempre podemos encontrar uma desculpa para nos comprometer com o mal, se quisermos. Mas aqueles que têm este senso de comunhão com Deus e confiança no Seu propósito soberano, não procuram comprometer a sua fé. Tão grande é a convicção de que o Senhor Jesus Cristo está próximo, que sabem ser muito mais importante agradar o Senhor Jesus do que agradar os desejos humanistas. Assim, vemos como a doutrina da Predestinação era um dos sustentáculos do sist ema Puritano e da sua causa.

ESPERANÇA - Em segundo lugar, o movimento puritano era impulsionado por uma teologia baseada na esperança bíblica . Ian Murray, que é editor da Banner of Truth , escreveu há cerca de 20 anos um livro extraordinário chamado “A Esperança Puritana”, mostrando a interpretação puritana otimista das profecias bíblicas, e como isso levou os Puritanos a esperar que Deus estivesse prestes a concluir a história humana com um triunfo maciço para o Evangelho em termos globais, com a conversão dos judeus e da grande maioria dos gentios através de grandes derramamentos do Espírito Santo, aos quais chamavam de a “Chuva tardia” que viria nos últimos tempos.

Esse tipo de visão que os Puritanos tinham do futuro libertou, na ocasião, presente, os seus corações para colaborar de forma alegre e satisfeita com o propósito de Deus, em termos de se auto-sacrificar para obedecer totalmente a Deus. Eles estavam convencidos de que, uma vez que o Senhor Jesus havia ressuscitado dentre os mortos, não podiam ser derrotados de forma alguma se Deus estivesse ao lado deles.

Aqui está uma declaração típica do grande teólogo puritano John Owen. Ele foi, durante o protetorado de Cromwell, vice-chanceler da Universidade de Oxford, e perdeu esta posição quando voltou a monarquia e o Rei Carlos II. Entretanto, ele continuou a servir a Deus de forma corajosa e brava, sem nunca ficar desiludido ou perder a esperança, mesmo estando em minoria, sem qualquer poder político naquela época. Isso é o que ele escreveu em 1680: “mesmo que nós caiamos, a nossa causa será infalivelmente vitoriosa porque Cristo está assentado à mão direita de Deus; o Evangelho triunfará e isso me conforta de forma extraordinária”.

James Hanik do partido dos “covenants” (pactuantes), que foi martirizado no dia 17 de fevereiro de 1688, em Edimburgo, disse no dia do seu martírio: “ tem havido dias gloriosos e grandiosos do Evangelho nesta terra, mas eles serão nada em comparação àquilo que haverá de ocorrer”. Esse tipo de pessoa que tem tanta esperança no futuro, não pode ser derrotada. Enquanto o Diabo tenta nos desencorajar quanto ao futuro, Deus procura nos fortalecer e encorajar com respeito ao que Ele pode fazer.

VOCAÇÃO - Queremos mencionar, finalmente, outra verdade que fez com que os Puritanos fossem tão fortes e eficazes nos seus dias. Era a ênfase que davam na importância da vocação de cada pessoa. Enfatizavam a necessidade de cada pessoa glorificar a Deus através da sua vocação secular. Sem dúvida, Martinho Lutero já havia ensinado o sacerdócio universal dos santos, e os Puritanos criam nisso. Mas eles desenvolveram a doutrina do chamado de Deus a cada pessoa muito além do que alguém fizera antes. Mesmo estudiosos marxistas do século XX, como o Prof. Arcangius de Leningrado, dá crédito aos Puritanos por terem elevado a moral da classe trabalhadora da Inglaterra naquele período. O próprio Prof. Hill está se mpre citando estes estudiosos marxistas que têm essa visão positiva com relação aos Puritanos neste aspecto.

Obviamente, o levantamento do moral da classe trabalhadora da Inglaterra com o movimento Puritano se deveu à ênfase Puritana sobre a santidade da vocação de cada pessoa. Ao invés de simplesmente distribuir recursos com as pessoas pobres, os Puritanos organizaram sociedades e sistemas, que pudessem ajudar estas pessoas a aprender uma vocação. Eles diziam às pessoas pobres que elas haviam sido criadas à imagem de Deus tanto quanto o Rei, e que o sangue de Jesus tinha sido derramado por todo tipo de pessoas (não por todos). Que eles haviam sido chamados para servir a Deus em suas vidas de acordo com o propósito de Deus. Diziam às pessoas que, quando alguém está varrendo um quarto de forma respon sável, está ajudando a avançar o Reino de Deus tanto quanto um grande pregador. Com este tipo de pregação, os pobres começaram a sentir um novo senso de dignidade e começaram a desenvolver os talentos que Deus lhes havia concedido em favor da Inglaterra.

O roubo, os crimes, e a violência caíram tremendamente de nível neste período. Os Puritanos organizaram vários tipos de sociedades voluntárias para dar treinamento e qualificação aos pobres, além de estudiosos para ajudar aos jovens a fundar hospitais de caridade. Tudo isso tinha apenas um propósito: todas as pessoas, sejam ricas ou pobres, podem viver para a glória de Deus.

Quero concluir esta palestra sobre o Puritanismo na Inglaterra citando a 1ª pergunta do Catecismo Maior de Westminster: “Qual o fim principal do homem? Resposta: glorificar a Deus e gozá-lo para sempre ”.

II - O LEGADO PURITANO

Gostaríamos de falar sobre a herança que os Puritanos nos deixaram, o seu legado para os dias de hoje. O poder político dos Puritanos durou apenas 20 anos (1640 - 1660), mas a tremenda influência deles permanece ainda hoje no mundo todo. Na primeira palestra, citamos o “Princípio Regulador” puritano, ou seja, que no culto nada deve ser permitido que não tenha o apoio da Palavra de Deus escrita. O que faremos agora é expor como os Puritanos tomaram este “Princípio Regulador” e o aplicaram fora das quatro paredes da Igreja em todas as áreas da vida. O que eles entenderam é que cada área da vida, para que seja abençoada, tem que ser orientada, controlada, e regulada pela Palavra de Deus. Gostaríamos de outra vez citar o Prof. Christopher Hill:

O conjunto de idéias que chegou a ser chamada de ‘O Puritanismo' era uma filosofia de vida, uma atitude com relação ao universo, que de forma nenhuma deixava de lado os interesses da vida secular. O Puritanismo no século XVII não era, no sentido mais estrito, limitado à religião e a moral. A ciência, a história e outras disciplinas, não foram deixadas de lado por eles.

Os Puritanos se tornaram distintos de muitos outros evangélicos exatamente por esta visão. Muitos evangélicos fazem uma diferença radical entre aquilo que é sagrado, espiritual, e o que não é espiritual, o que é secular. Muitos crentes não conseguem aplicar os princípios que ouviram na Igreja aos domingos, à vida no lar e no trabalho. Isso era exatamente o que acontecia na Igreja Católica na Idade Média. Havia uma dicotomia profunda entre aquilo que era eclesiástico (o que era sacerdotal) e o que era comum, o que era dos leigos. Esta dicotomia tem retornado de forma diferente à nossa sociedade. É por isso que nós precisamos escutar o que os Puritanos têm a nos dizer, porque eles rejeitaram de forma absoluta qualquer distinção entre este s dois aspectos, ou seja, entre o que é sagrado e o que é secular. Vejamos o que disse William Tyndale, um dos tradutores da Bíblia para o inglês, e antecessor dos Puritanos que chegou a ser martirizado por causa do seu trabalho. Ele disse: “Existe uma diferença entre lavar pratos e pregar a Palavra de Deus, mas no que se refere a agradar a Deus, não existe qualquer diferença entre estas duas coisas”. O grande teólogo puritano William Perkins disse o seguinte: “A obra do pastor em pastorear as suas ovelhas é um trabalho tão bom diante de Deus quanto a atitude ou o trabalho de um juiz em passar uma sentença, ou um magistrado em fazer um julgamento ou de um pregador em sua pregação”.

Dr. Leland Ryken, que escreveu “ Santos no Mundo ”, disse o seguinte com referência a esta rejeição dos Puritanos da dicotomia entre o que é sagrado e o que é secular:

Os Puritanos criam que Deus havia criado o mundo físico e humano, e que tudo isso era bom em princípio. Eles acreditavam que o mundo físico apontava para Deus, e neste ponto eles eram os ‘sacramentalistas' dos seus dias, muito mais do que aqueles que multiplicavam as cerimônias dentro das quatro paredes da Igreja.

Um outro puritano disse: “Um crente deve considerar tanto o seu escritório quanto a sua Igreja como sendo santo”. Isso significa que a Palavra de Deus fala de forma normativa, não somente para a Igreja, como também para a minha vida pessoal, em todas as suas esferas. Portanto, o propósito da criação é ser normatizada, controlada pelo propósito do Criador. William Perkins disse que “A Bíblia abrange muitas ciências sagradas, incluindo a ética, a economia, a política e as ciências acadêmicas”.

Vamos tentar fazer um sumário : O puritano cria que estava na presença de Deus e fazendo a obra de Deus em qualquer lugar que ele fosse, e não somente na Igreja. Ele sentia que era o seu chamado transformar cada área da vida em algo santo para Deus. Vamos ver algumas áreas que os Puritanos desejavam purificar no mundo. É nesse aspecto que eles deixaram um legado extraordinário para os dias de hoje.

Em primeiro lugar, eles queriam a Reforma total da Igreja segundo as Escrituras. Eles acreditavam que a melhor forma de se obter isso era através da pregação expositiva de todo conselho de Deus. Acreditavam que, se a pregação viesse através da exposição dos livros da Bíblia, uma reforma sobrenatural aconteceria como resultado. Para tal, era necessário que todas as partes da Bíblia fossem entendidas, para se dar um caráter equilibrado à reforma. Acreditavam na necessidade de pregar de forma direta ao coração . Na realidade, a pregação p uritana é mais conhecida como pregação direta. Desejavam falar às pessoas simples, de forma direta e não rebuscada, e que fosse compreendida. Esse conceito era muito diferente do que era praticado na Igreja Anglicana daquela época. A pregação Anglicana daquele tempo era muito florida, rebuscada, com citações em grego, hebraico e latim. Muitos dos pregadores na Igreja Anglicana pregavam apenas com o propósito de impressionar os professores das universidades que estavam presentes. Os Puritanos entendiam que este tipo de pregação era uma glorificação do pregador ou demonstração de erudição, muito mais do que a declaração do conselho de Deus. O propósito da pregação não era o de glorificar o pregador e toda a sua erudição. O propósito do pregador era o de se esconder atrás do texto o máximo que pudesse para que o Senhor fosse exaltado em toda a Sua glória e beleza. Assim, os Puritanos prega vam de forma simples e direta em muitos assuntos, e colocavam grande ênfase na aplicação da Palavra .

Geralmente passavam meia hora expondo o que havia no texto, e mais meia hora na aplicação desse texto. Eles diziam o que o texto falava aos diversos tipos de pessoas presentes na congregação. Diziam o que a Palavra tinha a ensinar às pessoas que já eram salvas, aos perdidos e àqueles que estavam em busca da salvação; mostravam o que o texto falava aos pais, às crianças e até ao Rei e ao governo. Por isso, alguns deles foram lançados na prisão e tiveram suas orelhas cortadas. Apesar disso, continuavam pregando da mesma forma, e a Palavra era aplicada poderosamente. Eventualmente, muitas Igrejas fecharam suas portas para esta pregação puritana. Foi q uando um número grande de homens de negócios bem sucedidos, em Londres, começaram a fazer depósitos bancários para investir e a usar os juros daquela aplicação para sustentar centenas de pregadores Puritanos que se espalhavam pela Inglaterra pregando a Palavra. Estes homens estavam convictos de que a Inglaterra e Escócia haveria de florescer pela pregação da Palavra, e literalmente pagavam para isso. Quando um pregador Puritano não conseguia pregar nas Igrejas, ele ia para a feira, e lá pregava a dezenas e centenas de pessoas que vinham para as compras. Geralmente os simpatizantes dos Puritanos que eram proprietários de negócios, e que tinham instalações amplas, cediam-nas para que os Puritanos pregassem. Dessa forma, milhares de pessoas eram atingidas pela Palavra. Eles literalmente tomaram o mapa da Inglaterra e procuraram garantir que cada parte do país tivesse pelo menos um pr egador Puritano, para que a obra reformadora de Deus fosse acessível a cada parte da nação. Dessa forma, a influência do puritanismo cresceu ao ponto de tomar o Parlamento. Esta é a primeira coisa que podemos aprender com eles: buscar a purificação da Igreja e da sociedade pela pregação da Palavra.

Em segundo lugar, vamos falar sobre a vida de piedade dos Puritanos. Já falamos sobre a reforma da Igreja, e agora falaremos sobre a reforma do coração. Os Puritanos estavam em conflito para manter juntas duas coisas: de um lado, um coração que ardia em amor a Deus e ao próximo; e de outro, um intelecto preparado, pois entendiam que se a mente fosse bem educada e preparada e se o coração fosse cheio de fervor e amor a Deus, as pessoas seriam transformadas à imagem de Cristo e seriam capazes de mudar a comunidade em que viviam. A expressão que os Puritanos sempre usavam para isso era “autocontrole”. Em termos modernos, usando uma expressão teo lógica contemporânea, diríamos “cheio do Espírito Santo”. Uma das maneiras pelas quais os Puritanos buscavam o “autocontrole,” ou o andar “cheio do Espírito Santo”, mantendo o coração e a mente aquecidos, era através da meditação contínua na Palavra de Deus. A espiritualidade puritana nunca foi dissociada da Palavra de Deus escrita, e isso é muito importante e deve ser lembrado hoje.

A única espiritualidade que realmente vem de Deus é a que é consoante ao ensino da Palavra. Um dito puritano afirmava: “Pregações são como a comida na mesa; você deve comer, mastigar bem; um sermão bem digerido e sobre o qual você meditou bem é melhor do que vinte sermões sobre os quais você não meditou”. Os Puritanos faziam comparação com uma vaca ruminando. Entendemos que uma das razões da nossa superficialidade, como evangélicos, é que não queremos tirar tempo para meditar na Palavra de Deus. Os Puritanos eram pessoas tão ocupadas quanto nós hoje, mas tinham essa prioridade diária de meditar na Palavra, na verdade. Eles voltavam para casa depois do culto para discutir e conversar a respeito do sermão com seus filhos.

Em terceiro lugar, isso nos leva a um outro aspecto importante do legado Puritano. Não somente eles estavam controlando a vida da Igreja e a vida pessoal através da Escritura, mas também a vida doméstica. Há cerca de um século, o famoso historiador Inglês J. Richard Greenhan disse:

O lar, como nós hoje o conhecemos, foi criado pelos Puritanos. A esposa e os filhos emergiram de uma simples dependência do pai, à medida em que os pais e maridos percebiam nas suas esposas e filhos santos exatamente como eles, almas que haviam sido santificadas pelo toque do Espírito Santo e que haviam sido chamadas com a mesma vocação divina com a qual eles haviam sido chamados. Essa sensação de comunhão dentro da família trouxe uma nova ternura e um refinamento aos sentimentos, às afeições do lar .

Em quarto lugar, ao invés da assistência diária à missa, como na Igreja Católica, os Puritanos instituíram o culto doméstico diário. Isso foi um passo sociológico muito importante. O Prof. Hill o considera como a “espiritualização da família”. À medida que a família e a casa eram vistas por esta perspectiva, se tornavam então, como um outro centro de governo. E à medida que o lar era visto como tendo esta independência, funcionava como oposição, com o objetivo de equilibrar aquele governo autoritário que havia. O lar Puritano, então, era um lugar onde Deus era encontrado em amor, onde os membros da família eram respeitados como santos, e onde a Palavra de Deus era continuamente ouvida e difun dida.

É uma grande falsidade que se levanta contra os Puritanos dizer que eram opostos a qualquer tipo de sexualidade. Se você se dedicar a ler sobre os Puritanos, vai ver que não é assim. Eles se baseavam no Velho Testamento e nas epístolas para se deleitarem no dom da sexualidade dado por Deus. É verdade que os vitorianos do século XIX, na Inglaterra, tinham uma certa antipatia por este assunto. Mas, na realidade, esse pessoal da era vitoriana pode ser considerado mais como humanistas do que propriamente como Puritanos.

Este princípio regulador é relacionado com a área da educação. Os Puritanos freqüentemente mencionavam um dito rabínico: “Se um pai não ensina ao seu filho a Lei de Deus, e se não o treina numa profissão decente, está criando-o para ser um ladrão”. Na Nova Inglaterra, nos E.E.U.U., no início da década de 1630 e 1640, algumas leis foram estabelecidas determinando que todo pai deveria assegurar a educação de seus filhos. A lei era esta: “As pessoas devem ser instruídas em alguma vocação que seja legal e útil, quer seja para o trabalho manual, ou outro tipo de emprego, quer arando na fazenda, ou algum outro tipo de profissão que seja proveitosa para si mesmo e para o bem comum.”

Nesse contexto, deveríamos observar a importância da vida puritana-familiar com sua instrução acadêmica e espiritual aos filhos, o que trouxe muitos frutos em termos de diligência e atividade dos Estados Unidos.

Um livro fascinante foi escrito com o título “A Boston Puritana e a Filadélfia dos Quakers”. Nele, o autor compara o que aconteceu com a descendência dos Puritanos da cidade de Boston, e com a descendência dos Quakers na Filadélfia, e prova que os descendentes dos Puritanos exerceram uma influência muito maior até os dias de hoje. Conclusão: a influência intelectual, política e cultural na América tem vindo mais do lado Puritano do que do lado dos Quakers. Por falar nisso, alguém já fez um estudo que se tornou famoso sobre os descendentes do grande Puritano Jonathan Edwards. É impressionante observar a descendência de Jonathan Edwards em cada área da vida.

Em quinto lugar, este princípio regulador puritano influenciou grandemente na área da ciência, como é reconhecido pelos historiadores da ciência, como Butterfield e o professor Whitehead Huikos da Holanda. Falando deste último, referimo-nos ao seu livro “A religião e o surgimento da ciência moderna”. Neste livro ele diz algo que é reconhecido pelos demais historiadores da ciência, ou seja, que as raízes da ciência moderna estão no Movimento Puritano. Com isso não estamos querendo dizer que toda a ciência moderna no século XVII e XVIII é puritana, mas que uma porcentagem surpreendente do que foi feito em termos científicos está enraizada no movimento Puritano. Sabemos que a ciência, como era p raticada no século XVII e XVIII, não se iniciou nas universidades de Cambridge e Oxford. Na realidade, os grandes avanços científicos se iniciaram em outra direção; eles surgiram da Sociedade Real de Londres, da qual, durante algum tempo, Isaque Newton foi membro. Além de seu trabalho científico, Newton escreveu vários livros sobre profecias e comentários de livros da Bíblia.

Vários desses membros da Sociedade Real de Londres tinham também sido membros da grande Assembléia de Westminster na década de 1640, e alguns dos professores de matemática e geometria, que estavam vivos naquela época, também tinham participado desta grande Assembléia. A doutrina da glória de Deus na criação, que eles sustentavam, foi o que tornou possível à ciência moderna avançar de forma tremenda.

Um outro aspecto do legado puritano que chega aos nossos dias foi a ascensão da classe pobre. O Prof. Jordan escreveu um livro importante: “Filantropia na Inglaterra - 1480/1660”. Neste livro, ele mostra que os Puritanos fizeram mais do que qualquer outro grupo para esvaziar as favelas, diminuir o crime e acabar com a pobreza. Eles literalmente reestruturaram a economia de tal forma que os pobres podiam participar. Eles não eram socialistas, pois criam no direito de liberdade privada (livre iniciativa), mas acreditavam que a misericórdia de Deus devia ser demonstrada a todas as pessoas de forma prática.< O:P>

Certo teólogo anglicano, Lancelot Andrews, que na verdade não era um Puritano, observou em 1588 que as Igrejas Calvinistas de refugiados em Londres foram capazes de “fazer tanto bem, que nenhum de seus pobres é visto nas ruas a pedir”, os pedintes praticamente acabaram.

Outra coisa a ser mencionada foi a reconstrução do governo em termos da Palavra de Deus. Se tivéssemos tempo, falaríamos de John Knox, Samuel Rutheford e outros. Eles desenvolveram a idéia de que todas as pessoas são iguais diante da Palavra de Deus, e que qualquer que viola os seus direitos é um tirano, e o povo tem o direito de derrubá-lo do governo. É muito conhecido o fato de que, durante a revolução americana, aproximadamente dois terços da população na colônia era calvinista, incluindo presbiterianos, batistas e congregacionais. Foi o legado calvinista nas colônias americanas que os capacitou a tomar uma posição e ganhar a liberdade dos E.E.U .U.

Acreditamos que à medida que aprendermos e observarmos mais do legado Puritano em termos da nossa época e da nossa cultura, teremos também mais liberdade, mais bênção e menos pobreza no nosso país.


(Publicado em O Presbiteriano Conservador na edição de Setembro/Outubro de 1995)


Sobre o autor:


Dr. Augustus Nicodemus G. Lopes
Doutorou-se em Hermenêutica e Estudos Bíblicos (Ph.D., NT) no Westminster Theological Seminary (1993). É Chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie e pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil. É autor de vários livros, entre eles "Calvino, o Teólogo do Espírito Santo" (1996), "O que Você Precisa Saber sobre Batalha Espiritual" (1997), "Calvino e a Responsabilidade Social da Igreja" (1997), "A Bíblia e a Sua Família" (2001), "O Culto Espiritual" (2001), "A Bíblia e Seus Intérpretes" (2004), além de diversos artigos.




Creditos á www.monergismo.com

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

[DEVOCIONAL] John Piper - As Misericórdias de Hoje para os Problemas de Hoje


Uma parte da fé salvadora é a segurança de que amanhã teremos fé. Confiar em Cristo hoje inclui o crer que Ele lhe dará a confiança de amanhã, quando o amanhã chegar. Com freqüência, sentimos que nossa reserva de forças não será suficiente para mais um dia. E, de fato, não será. Os recursos de hoje são para hoje; e uma parte desses recursos é a confiança de que novos recursos nos serão dados amanhã.

O alicerce desta segurança é o maravilhoso ensino bíblico de que Deus determina para cada dia apenas a quantidade de problemas que este dia é capaz de suportar. Em nenhum dia, Deus permitirá que seus filhos sejam provados além do que a sua misericórdia para aquele dia suportará. Isso foi o que Paulo quis dizer em 1 Coríntios 10.13: “Nenhuma prova lhes tem sobrevindo, que não seja comum ao homem. Deus é fiel, e não permitirá que sejam provados além do que são capazes de agüentar, mas, com a prova, Ele também dará o meio de escape, para que possam suportá-la” (tradução do autor).

O antigo hino sueco “Dia a Dia” é baseado em Deuteronômio 33.25: “A tua força será como os teus dias” (ARC). O hino nos dá a mesma segurança:

Dia a dia e a cada momento que passa,

Acho forças para enfrentar minha provação;

Confiando na sábia outorga de meu Pai,

Não tenho motivo para temor ou inquietação.

A “sábia outorga de meu Pai” é equivalente à quantidade de problemas que podemos suportar a cada dia — e nenhum problema a mais:

Ele, cujo coração é imensuravelmente bom,

Com amor, dá a sua parte de prazer e dor,

E, a cada dia, o que julga o melhor dom

Mesclando com paz e descanso o intenso labor

Juntamente com a medida de dor para cada dia, Ele nos dá novas misericórdias. Este é o argumento de Lamentações 3.22-23: “As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade”.

As misericórdias de Deus são novas cada manhã, porque existem misericórdias suficientes para cada dia. É por isso que tendemos a entrar em desespero, quando pensamos que talvez possamos ou tenhamos de levar os fardos de amanhã com os recursos de hoje. Deus deseja que estejamos cientes de que não podemos. As misericórdias de hoje são para os problemas de hoje; as de amanhã, para os problemas de amanhã.

Às vezes, nos perguntamos se teremos misericórdia para permanecermos firmes em provas terríveis. Sim, teremos. Pedro disse: “Se, pelo nome de Cristo, sois injuriados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus” (1 Pe 4.14). Quando a injúria nos sobrevém, o Espírito da glória se manifesta. Aconteceu com Estêvão, quando ele estava sendo apedrejado (At 7.55-60). Acontecerá com você. Quando o Espírito e a glória são necessários, eles surgem.

O maná no deserto foi dado uma vez por dia. Não havia armazenagem de maná. Essa é a maneira como temos de depender da misericórdia de Deus. Você não recebe hoje a força para levar os fardos de amanhã. Recebe misericórdias hoje para os problemas de hoje. Amanhã, as misericórdias serão renovadas. “Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados à comunhão de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor” (1 Co 1.9). “Fiel é o que vos chama, e Ele também agirá!” (1 Ts 5.24 — tradução do autor.)


Extraído do livro: Uma Vida Voltada para Deus, de John Piper.

Copyright: © Editora FIEL

O leitor tem permissão para divulgar e distribuir esse texto, desde que não altere seu formato, conteúdo e / ou tradução e que informe os créditos tanto de autoria, como de tradução e copyright. Em caso de dúvidas, faça contato com a Editora Fiel.




creditos à http://voltemosaoevangelho.blogspot.com/

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Porque temos que vigiar?


por Roberto Takeshi Suehiro

1 Pe 5:8 Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar;

Logo após a sua queda, satanás mergulhou numa profundeza escura, pois foi distanciado da Maravilhosa Luz que emana da Santidade de Deus, a partir deste mergulho em trevas, tudo que é contrario a santidade divina, tudo o que é abominavel a Deus! foi entregue a satanás, nos tornando inclusive prisioneiros dele!

E não convinha soltar desta prisão, no dia de sábado, esta filha de Abraão, a qual há dezoito anos Satanás tinha presa? Lucas 13:16

Prisioneiros por que? pois o escravo, não faz simplesmente o que quer, e sim o que é ordenado, e satanás tomando ocasião de estarmos mortos em delitos e pecados, através do seu sistema mundano, alimentava a nossa carne e nos preparava para sermos alvos da ira de Deus

Porque também nós éramos noutro tempo insensatos, desobedientes, extraviados, servindo a várias concupiscências e deleites, vivendo em malícia e inveja, odiosos, odiando-nos uns aos outros. Tito 3:3

Quando Eva, foi seduzida pela serpente, e Adão e Eva comeram do fruto proibido, o pecado entrou no mundo, a partir daquele momento, toda a humanidade, havia sido destituída da Gloria de Deus, e tudo isso a partir da perverção e astucia de satanás, que já havia tentado usurpar a Glória de Deus, porém não conseguiu, onde iniciou uma nova tentativa! extraviar o relacionamento do Criador com a criação!

Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram. Romanos 5:12

É interessante apos nossos pais comerem o fruto do conhecimento do bem e do mal, a partir dali, com o nascimento de Caim e Abel, a humanidade começou a também ser dividida, entre o bem e o mal!mas este é assunto, para revelação reais do Senhor para nós!

E satanás ao longo do tempo, tem sido uma oposição a tudo e a todos o que são a favor de Deus e que o amam de todo o seu coração! começando desde o povo de Deus da antiga alianca, ate a igreja dos dias atuais!

E a grande derrota de satanás, foi Jesus levando os nossos pecados naquela cruz, pois a partir dali, nós que antes éramos escravos do pecado, recebemos a liberdade para Glória de Cristo Jesus

Sabendo isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado. Romanos 6:6

Jesus derrotou Satanás naquela cruz, pois a partir dali a obra salvifica foi entregue de uma vez para todos aos santos(separados), a partir dali toda a obra redentora iniciada dentro do individuo pelo Espirito Santo! Ou seja, quando o Espirito de Deus inicia uma obra na vida da pessoas, o pecado deixa de se tornar uma pratica constante e se torna um adversario!

E a obra redentora de Cristo, garantiu beneficios inefaveis para o Cristão, como a Fé verdadeira, o Amor de Deus, a justificação, regeneração, entre tantos outros!

Não somos mais escravos do pecado, porém nosso corpo desta morte ainda permanece em nós!

Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte? Romanos 7:24

Dou graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor. Assim que eu mesmo com o entendimento sirvo à lei de Deus, mas com a carne à lei do pecado.Romanos 7:25

Nós precisamos saber, de que ainda há a corpo desta morte, nossa carne, nos assediando, onde a própria bíblia diz que há uma militancia entre carne e Espírito!(Gálatas 5:16)

E por ter recebido tal maravilhosa graça, não devemos parar, precisamos pelo Espirito de Deus mortificar a nossa carne.

Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe não caia. 1 Coríntios 10:12

As escrituras deixam bem claro, quando diz;

Não deis lugar ao diabo. Efésios 4:27

Pois se não andarmos no Espírito, certamente vamos dar lugar ao diabo, pois vimos que ainda temos que mortificar a nossa carne!

Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis. Romanos 8:13

Vivemos em dias em que o Cristão tem sido bombardeado em suas mentes! Precisamos entender que o Diabo é e sempre será nosso adversario até ele ser destruido! Ele continuara nos atacando, colocando situações, pessoas,setas(pensamentos) para nós desviar do foco que é Cristo!

Portanto! Não paremos, continuemos a percorrer a carreira que nós foi proposta!

Por isso vamos observar alguns principios de quando Jesus foi tentado no deserto!

Mt 4:1-11

Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo.

E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome;

E, chegando-se a ele o tentador, disse: Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães.

Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.
Então o diabo o transportou à cidade santa, e colocou-o sobre o pináculo do templo,

E disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te de aqui abaixo; porque está escrito: Que aos seus anjos dará ordens a teu respeito, E tomar-te-ão nas mãos, Para que nunca tropeces em alguma pedra.

Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus.

Novamente o transportou o diabo a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles.

E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares.

Então disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus
adorarás, e só a ele servirás.

Então o diabo o deixou; e, eis que chegaram os anjos, e o serviam.

Mais para nós fica a lição Jesus havia sido conduzido pelo Espirito de Deus, irmãos um cristão cheio do Espirito Santo, pode ter a sua estrutura, ou seja a carne fraca, porém o Espirito de Deus faz toda diferenca, Jesus ali nao permaneceu estático diante das afrontas, mais com muita firmeza e seguranca e principalmente cheio do Espírito Santo e conhecimento vivo, foi pra cima de satanás também com a palavra! e nós que dizemos ser Cristãos precisamos estar com essa espada afiada, amolada! para tais investidas!

satanás conhece a letra morta, pois ao longo dos anos, ele num tem feito nada mais do que perverter a verdade! usando a própria escritura!E o povo muitas vezes perece por falta de conhecimento, através de revelação da palavra pelo Espírito de Deus!

Jesus estava em consagração, ou seja jejuando, precisamos irmãos, jejuar e orar, a nossa busca por santificação deve ser algo real, pois precisamos andar de branco com Jesus, fazer como Apostolo Paulo disse:

Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado. 1 Coríntios 9:27

Concluo dizendo, precisamos perseverar, orar ao Senhor para que ele aumente a nossa Fé, o Amor para com ele, precisamos nos consagrar, ter mais vida de oração e meditação(confesso que essa tem que ser uma realidade pra minha vida), ou seja, sermos totalmente dependente de Cristo para tudo!

Deus abençoe!

Oremos pois Cristo já vem!

Maranata ora vem!

Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa. Apocalipse 3:11

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Qual a Natureza do Verdadeiro Cristianismo? – Jonathan Edwards


NÃO há questão de maior importância para a humanidade, e que seja mais concernente a cada pessoa individual para ser bem resolvida, do que esta: Quais são as qualificações distintivas daqueles que estão em favor com Deus, e designadas às Suas eternas recompensas? Ou, o que vem ser a mesma coisa, Qual é a natureza da verdadeira religião? E onde descansa as marcas distintivas daquela virtude e santidade que é aceitável aos olhos de Deus? Mas, embora isto seja de tal importância, e apesar de termos clara e abundante luz na Palavra de Deus para nos dirigir neste assunto, todavia não há um ponto em que os Cristãos professos façam mais diferença um do outro. Seria sem fim calcular a variedade de opiniões, neste ponto, que divide o mundo Cristão; fazendo manifesta a verdade da declaração de nosso Salvador: “Estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem”.

A consideração destas coisas tem por muito tempo me engajado a atentar para esta matéria com a maior diligência e cuidado, e toda a exatidão de busca e investigação de que eu fui capaz. Este é um assunto sobre o qual minha mente tem sido peculiarmente solícita, desde a primeira vez que entrei no estudo da teologia. — Mas quanto ao sucesso de minhas investigações, isto deve ser deixado ao julgamento do leitor do tratado que se segue.

Sou consciente de que é difícil julgar imparcialmente o assunto deste discurso, no meio da poeira e fumaça da presente controvérsia, sobre as coisas desta natureza. Pois, assim como é muito difícil escrever imparcialmente, do mesmo modo é muito difícil ler imparcialmente. — Muitos provavelmente serão magoados, ao encontrar tanto do que pertence às afeições religiosas, aqui condenadas: e talvez indignações e desprezo serão excitados em outros, ao achar tanto justificado e aprovado. E pode ser que alguns estarão prontos para acusar-me de inconsistência comigo mesmo, em tanto aprovando algumas coisas, como condenando outras; como tenho encontrado, isto tem sido sempre objetado a mim por alguns, desde o princípio de nossas últimas controvérsias sobre religião. É uma coisa difícil ser um sincero e zeloso amigo do qual tem sido bom e glorioso nas últimas aparências extraordinárias, e regozijar muito nele; e ao mesmo tempo, ver a tendência má e perniciosa dos que tem sido maus, e ardentemente opor a isso. Mas, todavia, estou humildemente, mas inteiramente persuadido que nós nunca estaremos no caminho da verdade, um caminho aceitável a Deus, e tendendo ao avanço do reino de Cristo, até que façamos assim. Há certamente algo muito misterioso nisto, esse tão bom e esse tão mau, devem ser misturado juntamente na igreja de Deus: como é uma coisa misteriosa, e que tem embaraçado e assombrado muitos bons Cristãos, que deva existir o que é tão divino e precioso, como a graça salvadora de Deus, residindo no mesmo coração, com tanta corrupção, hipocrisia, e iniqüidade, em um santo em particular. Contudo, nenhum destes é mais misterioso do que real. E nenhum deles é uma coisa nova. Não é uma coisa nova, que tanta falsa religião deva prevalecer no tempo de grande reavivamento; e que, ao mesmo tempo, multidões de hipócritas devam brotar entre os verdadeiros santos. Foi assim na grande reforma, e reavivamento da religião, no tempo de Josias; como aparece em Jeremias 3:10, e Jeremias 4:3,4, e também pela grande apostasia que houve na nação, tão logo após seu reinado. Assim foi com o grande derramamento do Espírito sobre os Judeus, nos dias de João Batista; como se mostra pela grande apostasia daquele povo, tão logo depois de tão geral despertamento, e os temporários confortos e alegrias de muitos; João 5:35: “E vós quisestes alegrar-vos por um pouco de tempo com a sua luz”. Assim foi naquelas grandes comoções entre a multidão, ocasionas pela pregação de Jesus Cristo. Muitos são chamados, mas poucos escolhidos ; da multidão que foi excitada e afetada pela Sua pregação — e em um tempo ou outro pareciam poderosamente engajados, cheios de admiração por Cristo, e elevados com alegria — mas poucos eram verdadeiros discípulos, que agüentaram os abalos das provas, e perseveraram até o fim. Muitos eram semelhantes a terra pedregosa ou espinhosa; e porém poucos, comparativamente, eram semelhantes a boa terra. Do monte inteiro que foi recolhido, grande parte era palha, que o vento mais tarde levou; e o monte de trigo que foi deixado, era comparativamente pequeno; assim como aparece abundantemente pela história do Novo Testamento. Assim foi no grande derramamento do Espírito que houve nos dias dos apóstolos; como se mostra por Mateus 24:10-13; Gálatas 3:1; e 4:11,15; Filipenses 2:21; e capítulo 3:18,19, e as duas epístolas aos Coríntios, e muitas outras partes do Novo Testamento. E assim foi na grande reforma do papismo — Parece claramente ter estado na igreja visível de Deus, nos tempos dos grandes reavivamentos, assim como as árvores frutíferas na primavera; há uma multidão de flores, que parecem legítimas e belas, e há uma aparência promissora de frutos novos: mas muitos delas são de curta duração; elas breve murcharão, e nunca chegarão a maturidade.

Não é, contudo, para ser suposto que será sempre assim. Porque embora nunca haverá, neste mundo, uma inteira pureza, em cada um dos santos em particular, por uma perfeita libertação das misturas de corrupção, ou na igreja de Deus, sem qualquer mistura de hipócritas com santos — ou religião falsifica e falsas aparências de graça com verdadeira religião e real santidade — todavia é evidente, virá um tempo de pureza muito maior na igreja, do que tem havido nas erras passadas. Isto se mostra claramente por estes textos das Escrituras: Isaías 52:1; Ezequiel 44:6,7,9; Joel 3:17; Zacarias 14:21; Salmos 69:32,35,36; Isaías 35:8,10; capítulo 4:3,4; Ezequiel 20:38; Salmos 37:9,10,11,29. E uma grande razão disto será que naquele tempo, Deus dará uma luz muito maior para Seu povo, para distinguir entre a verdadeira religião e suas falsificações. Malaquias 3:3: “E assentar-se-á como fundidor e purificador de prata; e purificará os filhos de Levi, e os refinará como ouro e como prata; então ao SENHOR trarão oferta em justiça”. Com o versículo 18, que é a continuação da profecia dos mesmos tempos felizes: “Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não o serve”.



É pela mistura da falsificada religião com a verdadeira, não discernida e distinguida, que o diabo tem tido suas maiores vantagens contra a causa e o reino de Cristo. É por este meios, principalmente, que ele tem prevalecido contra todos os reavivamentos da religião, desde a fundação da igreja Cristã. Com isto, ele prejudicou a causa do Cristianismo, tanto na era apostólica como depois, tanto mais do que por todas as perseguições tanto de Judeus como de gentios. Os apóstolos, em todas suas epístolas, nos mostram muito mais concernente ao primeiro dano, do que o segundo. Com isto, Satã prevaleceu contra o reforma, iniciada por Lutero, Zwínglio, etc., para colocar uma parada em seu progresso, e traze-la à desgraça, dez vezes mais do que por todas aquelas sanguinárias e cruéis perseguições da igreja de Roma. Com isto, principalmente, ele prevaleceu contra os reavivamentos da religião em nossa nação. Com isto ele prevaleceu contra a Nova Inglaterra, apagando o amor e saqueando a alegria de seus matrimônios, aproximadamente cem anos atrás. E penso que tive bastante oportunidades para ver claramente, que por isto o diabo tem prevalecido contra o último grande reavivamento da religião na Nova Inglaterra, tão feliz e prometedor em seu princípio. Aqui, mais evidentemente, tem sido a principal vantagem de Satã contra nós; por isto ele tem nos frustrado. É por estes meios que a filha de Sião nesta terra agora descansa no chão, em semelhantes lastimosas circunstâncias, com seus vestuários rasgados, sua face desfigurada, sua nudez exposta, seus membros quebrados, e encapelando no sangue de suas próprias feridas, e de maneira nenhuma capaz de levantar; e isto, tão rapidamente depois de sua última grande felicidade e esperança. Lamentações 1:17: “Estende Sião as suas mãos, não há quem a console; mandou o SENHOR acerca de Jacó que lhe fossem inimigos os que estão em redor dele; Jerusalém é entre eles como uma mulher imunda”. Tenho visto o diabo prevalecer pelo mesmo caminho, contra dois grandes reavivamentos de religião neste país. — Satã continua com a humanidade assim como ele começou com eles. Ele prevaleceu contra nossos primeiros pais, e lhes arremessou para fora do paraíso, e subitamente trouxe toda sua felicidade e glória ao fim, aparentando ser um amigo de seu estado feliz, e fingindo avançar-lhes a um degrau mais alto. Assim, a mesma serpente perspicaz que enganou Eva através de sua astúcia, nos apartando da simplicidade que há em Cristo, tem subitamente nos privado daquele justo prospecto que tínhamos, há pouco tempo atrás, de uma espécie de estado paradisíaco da igreja de Deus na Nova Inglaterra.

Após a religião reviver na igreja de Deus, e os inimigos aparecer, as pessoas que são engajadas a defender sua causa são comumente mais expostas, onde elas estão sensíveis de perigo. Enquanto elas estão inteiramente atentas sobre a oposição que aparece abertamente diante deles, para fazer cabeça contra esta, e enquanto elas negligenciam cuidadosamente para olhar ao redor, o diabo vem atrás deles, e dá uma punhalada fatal não vista; e ele tem oportunidade para dar uma pancada mais interna, e machucar o profundo, porque ele ataca em seu descanso e não sendo obstruído por nenhuma guarda ou resistência.

E assim provavelmente sempre será na igreja, não importa quando a religião reviver consideravelmente, até que nós tenhamos aprendido bem a distinguir entre a verdadeira e a falsa religião, entre as emoções e experiências salvíficas e aquelas diversas impressões atraentes e aparências brilhantes, pelas quais elas são falsificadas; as conseqüências das quais, quando elas não são distinguidas, são freqüentemente indizivelmente terríveis. Por estes meios , o diabo gratifica a si mesmo, pois as multidões oferecem uma adoração falsa a Deus sob a ilusão de um culto aceitável, que é na realidade acima de todas as coisas abominável a Ele. Por estes meios, ele ludibriou grandes multidões sobre o estado de suas almas; fazendo-lhes pensar que eles são alguma coisa, quando eles não são nada; e assim eternamente lhes desfazendo; e não somente assim, mas estabelecendo muitos na forte confiança de sua eminente santidade, que, aos olhos de Deus, são alguns dos vis hipócritas. Por este meios, ele muitas vezes desanimou e feriu a religião nos corações dos santos, obscureceu e deformou-a pelas misturas corrompidas, fez com que suas emoções religiosas tristemente se degenerassem, e algumas vezes, por um considerável tempo, ser como o maná que produziu vermes e fedor; e terrivelmente enlaçou e confundiu as mentes de outros, trazendo-lhes à grandes dificuldades e tentações, e embaraçando-lhes em uma vastidão, dentre os quais eles não podiam de forma alguma se desembaraçar. Por estes meios, Satanás poderosamente encoraja os corações dos inimigos explícitos, fortalecendo suas mãos, enchendo-lhes com armas, e fortalecendo suas fortalezas; quando ao mesmo tempo, a religião e a igreja de Deus permanece exposta a eles, como uma cidade sem muralhas. Por estes meios, ele faz com que os homens ímpios pequem na ilusão de estarem servindo a Deus; e portanto, pecam sem restrições, sim, com ardente solicitude e zelo, e com todo sua força. Por estes meios, ele faz que até os amigos da religião, insensivelmente, façam o trabalho de seus inimigos, destruindo a religião em uma maneira mais eficaz do que os inimigos declarados podem fazer, na ilusão de o estarem fazendo progredir. Por estes meios, o diabo dispersa o rebanho de Cristo, e colocá-os uns contra os outros com grande calor de espírito, sob uma noção de zelo por Deus; e a religião, gradualmente, degenera em vãs disputas. Durante os conflitos, Satanás conduz ambas as partes para fora do caminho correto, dividindo cada um em grandes extremos, um na mão direita, e o outro na esquerda, conforme ele os encontra mais inclinados, ou mais facilmente movidos e oscilantes, até que o caminho correto no meio é quase completamente negligenciado. No meio desta confusão, o diabo tem grande oportunidade para avançar em seu próprio interesse, para fazê-lo forte de inumeráveis modos, de obter o governo de todas as coisas em suas próprias mãos, e operar sua própria vontade. E pelo que é visto das terríveis conseqüências desta falsificação, quando não distinguida da verdadeira religião, o povo de Deus em geral têm suas mentes perturbadas na religião, e não sabem onde colocar os seus pés, ou o que pensar, e muitos são trazidos à duvidar de o quer que seja na religião; e heresia, infidelidade, e ateísmo prevalece grandemente.


Conseqüentemente, é vital que nos esforcemos ao máximo para claramente discernir, e ter bem assentado e estabelecido, no que consiste a verdadeira religião. Até que isto seja feito, não podemos esperar que grandes avivamentos de religião tenham longa duração; até que isto seja feito, não podemos esperar muito proveito de todos nossos calorosos debates, em conversação e a partir da impressa, não sabendo claramente e distintivamente o que devemos contender.

Meu propósito é contribuir com o meu pouco, e usar o meu melhor (embora débil) esforçando-me para este fim, no subseqüente tratado: no qual deve ser notado que é um tanto diferente do propósito de que eu tinha anteriormente publicado, que foi para mostrar As marcas distintivas da obra do Espírito de Deus, incluindo tanto suas operações comuns e salvifícas. O que tenciono agora, é mostrar a natureza e sinais das graciosas operações do Espírito de Deus, pelas quais elas são distinguidas de todas as outras — sejam quais forem - que não são de uma natureza salvífica. Se eu for sucedido nesta minha intenção, em qualquer medida tolerável, espero que tenda a promover o interesse da religião. E se eu for sucedido em trazer alguma luz para este assunto ou não, e embora meus esforços possam ser reprovados, nestes tempos ardilosos e censuradores, espero na misericórdia da graça e justiça de Deus, para aceitação da sinceridade de meus esforços; e espero também pelo candor e orações dos verdadeiros seguidores do manso e benevolente Cordeiro de Deus.


por Jonathan Edwards















Extraido de http://www.jonathanedwards.com.br

5 Maneiras de Saber se Você é Realmente um Cristão - Owen Strachan



Jonathan Edwards procurou promover uma vibrante fé cristã ensinando as pessoas quais são as verdadeiras “marcas,” ou sinais da vida piedosa. Ele o fez não somente porque era muito esperto e gostava de categorizar as coisas, mas porque ele queria que os cristãos experimentassem a alegria do verdadeiro Cristianismo e então espalhassem aquela alegria para os outros. Resumindo, ele era um pastor missional antes do YouTube e do penteado de moicano.

1. Você ama a Jesus

Em seu texto de 1741 “Marcas Características de uma Verdadeira Obra do Espírito de Deus” (Distinguishing Marks of a True Work of the Spirit of God), Edwards listou um número de sinais negativos e positivos que diferenciavam uma verdadeira obra de Deus de uma falsa. Apesar de no texto Edwards ter-se concentrado em avivamentos de um modo geral, suas palavras se aplicam a indivíduos buscando discernir se conhecem ao Senhor ou não.

O primeiro destes sinais era uma “alta estima” por Jesus Cristo. O ponto deste primeiro sinal é que, quando o Espírito se move no coração de uma pessoa e o acorda para a fé e o arrependimento, sua visão de Jesus muda. O crente simbólico respeita a Jesus, mas não o reverencia ou exalta. O verdadeiro cristão se deleita em Jesus, um deleite que é frequentemente evidente e contagioso. Ao servimos em missão para Deus promovendo o evangelho, nós devíamos esperar ver uma “alta estima” por Jesus Cristo, o autor de nossa redenção.

2. Você odeia o pecado

O segundo sinal de uma “verdadeira obra” é um ódio crescente pelo pecado e a derrota de práticas pecaminosas.

Quando o espírito que está trabalhando opera contra o interesse do reino de Satanás, o qual se baseia em encorajar e estabelecer o pecado e agradar-se dos desejos mundanos dos homens; este é um claro sinal de que se trata de um verdadeiro, e não de um falso espírito… Para que possamos seguramente determinar, a partir do que diz o apóstolo, que o espírito que está operando no meio de um povo… e o convence do horror do pecado, a culpa que ele traz e a tristeza à qual ele expõe: Eu digo que o espírito que opera desta maneira, só pode ser o Espírito de Deus (Works 4, 250-51)


Neste ponto, como nos outros, é tanto profundo quanto simples. Um dos claros sinais de uma obra de Deus é o ódio crescente pelo pecado. Nossos olhos são abertos de repente para ver o horror da condição de alguém. Onde antes alguém identificava fraqueza e falhas, mas sempre tinha desculpas na ponta da língua para cobrir estas deformidades pessoais, agora o Espírito mostra ao pecador o quão desprezível e mal ele é.

3. Você ama a Palavra de Deus

O terceiro sinal de uma “verdadeira obra” é o amor pela Bíblia. Edwards ligou este amor pela Escritura não simplesmente por apreciação literária de seu conteúdo, mas a uma fome e uma sede pela Palavra de Deus dadas pelo Espírito.

Este espírito que opera de tal maneira de forma a causar nos homens um respeito maior pela Sagrada Escritura, e os edifica mais em sua verdade e divindade, é certamente o Espírito de Deus… o Diabo nunca cuidaria de produzir nas pessoas um respeito pela Palavra divina, a qual Deus conferiu para ser a grande e permanente regra para a direção de sua igreja em todos os assuntos religiosos e preocupações de suas almas, em todas as épocas. (Works 4,250)


Muitas pessoas respeitam a Bíblia. Ela é conhecida como um “livro sagrado,” um texto sagrado. Mas poucas pessoas a veem como a tangível palavra de Deus que o próprio Deus “apontou e inspirou para entregar à sua igreja sua regra de fé e prática” como “a grande e permanente regra para a direção de sua igreja.” Onde o coração de uma pessoa arde de amor e santo “respeito” pelas Escrituras, o Espírito trabalhou.

4. Você ama a verdade

O quarto sinal que marcava a presença de uma “verdadeira obra” era um elevado amor pela verdade e pelas coisas de Deus.

Uma consciência e uma reação à verdade divina era um claro sinal de que o Senhor havia movido em corações humanos. Então onde as pessoas passaram a ver “que há um Deus” e que ele é “grande” e “odeia o pecado,” e que eles próprios têm “almas imortais” e “devem dar conta de si mesmos a Deus,” o Espírito estava operando a verdadeira conversão.

Edwards com razão notou que o Espírito não leva os crentes ao erro. Portanto, quando ouvimos notícias de conversão, quer seja em massa ou individual, nós precisamos ouvir repercussões da verdade no testemunho do convertido. Ele ama mais a verdade? Ele ama mais a Deus? Ele se compromete com a sã doutrina e arraiga sua fé nela? Cristãos missionais buscam odiar o pecado e levar outros a fazer o mesmo.

5. Você ama os crentes

O último sinal positivo na taxonomia de Edwards da “verdadeira obra” do Espírito, era o amor de alguém pelos companheiros cristãos.

Muitas pessoas que professam a Cristo perdem o chão neste ponto final. Eles podem até gostar dos comembros da igreja e contribuir de alguma forma para seu bem-estar, mas não foram cheios pelo Senhor com um santo amor por seus companheiros cristãos, e assim eles não os servem. A verdadeira conversão irá fazer com que casais estáveis cerquem jovens cristãos famintos de discipulado. Levará cristãos a dar generosamente a missionários e companheiros crentes (veja 2Coríntios 8). Irá fazer com que os crentes mais antigos passem tempo mentorando os mais jovens (veja Tito 2).

No final, a forma de cuidar de irmãos diz mais respeito ao nosso testemunho de conversão e nosso entendimento da missão do evangelho do que possamos inicialmente pensar. Verdadeiros cristãos distribuem amor aos seus irmãos como resposta à graça de Jesus.

(Adaptado do Capítulo Três de Jonathan Edwards em Verdadeiro Cristianismo [True Christianity], da Coleção Essencial de Edwards [The Essential Edwards Collection]).

Pergunta: Qual destas “marcas” do verdadeiro Cristianismo mais sobressaem em você? Qual delas você precisa cultivar ao viver uma vida missional como Edwards fez? Comente e nos conte.


Por Owen Strachan. © Owen Strachan. Website:owenstrachan.com
Original: 5 Ways to Know If You're Really a Christian. Website: theresurgence.com
Tradução: voltemosaoevangelho.com

Creditos á www.voltemosaoevangelho.com